A Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos da América (FAA) revelou que existe mais um problema com os aviões Boeing 737, não só da nova geração dos MAX, que se encontram proibidos de voar desde o passado mês de março, como também com alguns da família 737 New Generation (modelos 700 e 800).
A notícia foi veiculada pela agência noticiosa internacional ‘Reuters’ neste domingo, dia 2 de junho. Em despacho de Washington, a agência escreve que a FAA admite que cerca de 300 aviões podem ter sido construídos com peças que apresentam defeitos de fabrico. Por isso, a autoridade nacional de aviação dos EUA irá exigir que essas peças sejam substituídas imediatamente.
A FAA informou que as medidas abrangem 179 aviões Boeing 737 MAX, neste momento parados, em diversos países, e 133 aeronaves Boeing 737 NG que estão ao serviço de diversas companhias em todo o mundo. As peças em causa, explica a ‘Reuters’, “são os painéis móveis que se estendem ao longo da frente da asa durante as descolagens e aterragens para fornecer sustentação adicional”.
Trata-se de um contratempo adicional para a maior fábrica de aviões do mundo, que está a braços, desde março passado, com um problema grave, detetado nos Boeing 737 MAX após a queda de dois desses aviões, ambos com poucos meses de serviço, das companhias Lion Air, na Indonésia, e Ethiopian Airlines, na Etiópia, que mataram 346 pessoas.
A Boeing reconheceu que a causa dos desastres pode estar relacionada com sistemas de software não apropriados e diz que as alterações já foram feitas e que agora aguardam certificação das entidades reguladores internacionais. Desde março deste ano diversas companhias aéreas já perderam milhões devido à paragem dos aviões MAX que deveriam estar a voar, nomeadamente na temporada de Verão, período de maior movimento no hemisfério norte. Na Assembleia-Geral da IATA, que decorre em Seul, na Coreia do Sul, neste fim-de-semana, alguns presidentes de companhias aéreas afectadas pela paragem dos B737 MAX mostraram-se pessimistas quanto a uma rápida solução para os problemas dessas aeronaves e disseram que não esperam levantar voo antes do final do ano.
A construtora norte-americana já reagiu à notícia da ‘Reuters’ e afirma que não tem conhecimento que eventuais defeitos de fabrico tenham colocado em perigo os aviões ou que o número de aviões afetados seja tão extenso, como informou a FAA.
Segundo a Boeing foram encontrados alguns defeitos em 20 aviões MAX e que a fábrica se prepara para inspecionar outros 159 aparelhos desse modelo, por uma questão de precaução. Quanto aos 737 NG, a Boeing esclarece que o problema foi identificado em 21 aviões e que serão verificadas mais 121 aeronaves das versões 700 e 800, que começaram a chegar ao mercado em 1997.
A FAA por seu lado esclareceu que essa eventual anomalia não prejudicou até agora a operação dos aviões identificados, mas alerta que é susceptível de provocar a falência prematura das peças identificadas como defeituosas.
O regulador norte-americano diz que vai lançar esta semana uma diretiva obrigatória em que exigirá que as peças sejam substituídas dentro de 10 dias dando às companhias o prazo de apenas 10 dias para continuarem a voar com as peças identificadas com defeito.