Um painel de reguladores internacionais de segurança aérea criticou duramente a revisão do denominado sistema MCAS dos aviões Boeing 737 MAX, cujo falhanço está na origem de dois desastres fatais com aviões desse modelo, e que levaram à suspensão de todas as operações em março deste ano.
A notícia foi avançada nesta sexta-feira, dia 11 de outubro, pela agência ‘Reuters’. O relatório de 69 páginas não poupa críticas à Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), nem à Boeing.
O painel, designado por ‘Joint Authorities Technical Review ‘ (JATR), foi constituído pela própria FAA.
Representantes das autoridades reguladoras de todo o mundo continuam examinando as alterações de software propostas pela Boeing e as revisões de treino destinadas a solucionar os problemas que afetam os aviões Boeing 737 MAX parados desde há vários meses.
As principais companhias aéreas dos EUA, incluindo a Southwest Airlines e a American Airlines, disseram nesta semana que os voos com os aparelhos 737 MAX não serão retomados antes de janeiro.
O relatório de recomendações do JATR, obtido esta semana pela ‘Reuters’ observa que a prática de longa data da FAA de delegar “um alto nível” de tarefas de certificação para fabricantes como a Boeing precisa de uma reforma significativa para garantir a supervisão adequada da segurança.
O documento também questiona o facto da FAA dispor de um quadro técnico limitado para supervisionar as tarefas de certificação designadas à Boeing e disse que havia um “número inadequado de especialistas da FAA” envolvido na certificação do 737 MAX.
O administrador da FAA, Steve Dickson, disse em um comunicado que analisaria as recomendações do painel e tomaria as medidas apropriadas após a “revisão independente da certificação do Boeing 737 MAX”.