A British Midland Regional Limited, a companhia aérea baseada no Aeroporto de East Midlands, no Reino Unido, que opera a marca Flybmi, anunciou no sábado, dia 16 de fevereiro, a entrada em bancarrota e a consequente cancelamento de todas as suas operações.
Um comunicado distribuído pela empresa, que operava 17 aviões regionais (três Embraer E135 e 14 Embraer E145) e viajava para 25 cidades europeias, alega diversas dificuldades sentidas pela companhia nos últimos tempos, provocados, nomeadamente, pela alta do preço dos combustíveis em 2018, falta de investidores capazes de continuarem a apostar na empresa e as incertezas que o processo do ‘Brexit’ está a criar.
“Com grande pesar tivemos de fazer este anúncio inevitável”, refere um comunicado distribuído pela companhia, no qual agradece aos empregados que “trabalharam no duro” nos últimos anos.
Assumindo a figura de um porta-voz da Flybmi, o comunicado refere-se sobretudo às grandes incertezas que hoje se vivem no Reino Unido quanto ao futuro do transporte aéreo para cidades europeias, onde a companhia tinha a sua quota de negócio. Além da falta de estrutura financeira para aguentar as fracas receitas dos últimos meses, “não há a certeza de que possamos continuar a voar para as cidades que hoje servimos em vários países europeus”, diz o documento distribuído neste sábado.
Os principais sócios da British Midland Regional, que investiram 40 milhões de libras esterlinas (cerca de 45,5 milhões de euros) na empresa nos últimos seis anos decidiram não continuar com a empresa, pois consideram que as dificuldades agora sentidas “são inultrapassáveis”.
O secretário-geral da Associação de Pilotos Aéreos Britânicos (BALPA nas siglas em inglês), Brian Strutton, afirmou que o colapso da Flybmi é uma “notícia devastadora” para os trabalhadores.
“Lamentavelmente, a BALPA não foi avisada nem recebeu informação da empresa. Os nossos próximos passos serão apoiar os pilotos da Flybmi e ver com a direção e a administração da empresa se os empregos podem ser salvos”, indicou Strutton.
A empresa, que deixa no desemprego 376 trabalhadores, aconselha os seus clientes a procurarem a devolução das reservas junto das empresas dos cartões de crédito, dos ‘sites’ de reservas ‘online’ ou dos fornecedores de seguros de viagem.
A Flybmi transportou 522.000 passageiros em 29.000 voos no ano passado em codeshare com parceiros europeus, incluindo a Lufthansa, Turkish Airlines e Air France.
Os voos da Flybmi eram operados a partir de Aberdeen, Bristol, East Midlands, London/Stansted, Newcastle e Derry no Reino Unido, bem como de aeroportos europeus, incluindo o de Frankfurt, Munique, Milão, Bérgamo e Paris/Charles-de-Gaulle.
A empresa foi fundada em 1987. Começou por chamar-se Business Air. Foi comprada pela British Midland em 1998, tendo sido criada uma marca nova em 2001 – a BMI – que passou para Flybmi em 2017, data em que passou a realizar apenas voos regionais com equipamento Embraer.
A Flybmi é a segunda companhia europeia que entra em bancarrota neste mês de fevereiro. Há cerca de duas semanas foi a Germania, baseada em Berlim, na Alemanha (LINK notícia relacionada).