Tony Fernandes, empresário malaio de ascendência portuguesa, fundador e presidente executivo da Air Asia, a maior companhia asiática de baixo custo, admitiu que “adorava abrir uma companhia aérea em Macau”, local que contribuiu para o crescimento da empresa a nível internacional. Atualmente a Air Asia é a segunda maior utilizadora do aeroporto da Região Autónoma Especial chinesa depois da Air Macau
“Adorava abrir uma companhia aérea em Macau (…) mas não somos uma concorrente da Air Macau, complementamo-nos em muitos aspectos”, afirmou Tony Fernandes em declarações à agência noticiosa ‘Macau News’, ressalvando que “a decisão cabe ao Governo”. “Seria um sonho” instituir uma Air Asia Macau, numa época em que o mercado local começa a expandir-se, disse o empresário.
A criação de uma base em Macau permitiria à empresa fornecer os seus próprios serviços de check-in, embarque e assistência de bagagem, permitindo operar a custos mais baixos. “Poderíamos ter a nossa própria assistência em terra, o que é muito importante e quem sabe onde isso nos levaria […] Os custos seriam reduzidos com certeza”, afirmou Tony Fernandes, que falava durante a Conferência ‘RISE 2019 Tech’, que decorreu no território vizinho de Hong Kong.
Tony Fernandes reconheceu que sem Macau “a Air Asia não estaria onde está”, acrescentando que o território teve um papel crucial no crescimento da companhia a nível internacional. Macau “mostrou ao mundo o que podemos fazer quando trabalhamos com um aeroporto quando ninguém estava interessado”.
“O turismo de Macau e toda a infraestrutura da cidade desempenharam um papel muito importante na criação desta história de sucesso. É um lugar muito especial e um mercado muito importante para mim”, frisou.
O fundador da Air Asia afirmou ainda que a expansão para Macau nunca foi vista apenas como uma forma de entrar no mercado chinês, mas também como “um destino em si”. A ideia agora é ligar Macau a Clark (Filipinas) e Penang (Malásia). Atualmente a Air Asia dispõe de 11 voos diretos de Macau para regiões do Sudeste Asiático.
“Macau é uma grande base de baixo custo […] Um dos meus principais objetivos estratégicos é criar mais rotas para o Sudeste Asiático”, concluiu.
A concessão exclusiva de 25 anos da Air Macau expirará em 2020, sendo que as autoridades locais já indicaram que não será renovada. Atualmente, a Air Asia é a segunda maior utilizadora do Aeroporto de Macau, com uma quota de mercado na infraestrutura de 15 por cento. A Air Asia opera em Macau há 15 anos.