No dia do roll-out do Falcon 5X, em Junho, a Dassault disse que o primeiro voo estava previsto para Setembro, mas problemas de motor adiaram esse calendário e o avião ainda não voou. No imediato, o problema com os turbofans Snecma Silvercrest relacionam-se com deformações ligeiras da cobertura dos motores detectadas nos testes a elevada temperatura. Num encontro na Associação Francesa de Jornalistas Aeroespaciais (AJPAE), o CEO da Dassault Aviation, Eric Trappier, disse estar “ainda à espera de um novo calendário da Snecma” relativo aos atrasos com os motores do Falcon 5X. “A Snecma está a deparar-se com algumas dificuldades com o motor Silvercrest, o que atrasará a certificação do 5X, mesmo que a configuração não mude”, disse aos jornalistas.
Questionado sobre possíveis penalizações, Trappier disse que “existe um contrato e esse contrato será aplicado”. O atraso nos motores também levou a Dassault a reduzir a produção do 5X. O programa de testes do Silvercrest enfrenta dois obstáculos diferentes: o primeiro, que ocorreu no início do ano passado, centrou-se nas dificuldades de adaptação do motor ao berço de testes do Gulfstream II. “Esse problema está hoje resolvido”, disse um porta-voz da Snecma; o segundo problema foi agora tornado público e envolve uma ligeira deformação da cobertura nos testes de alta temperatura. Esta deformação pode causar quebras na performance garantida à Dassault. Os planos da Snecma para introduzir modificações e resolver a deformação prolongam o atraso.
“Este problema não tem consequências para a integridade do motor ou a nossa capacidade para certificar o Silvercrest”, disse a Snecma num comunicado. “Nos últimos seis meses, concluímos uma campanha de testes de voo e em terra, com mais de 3200 horas, incluindo 310 horas de voo, e o motor demonstrou uma boa performance.” A Snecma insiste que ainda espera ter a certificação do motor em meados de 2016.