Governo admite encerrar TACV se não conseguir um parceiro estratégico

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A TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde corre o risco de ser encerrada, face à degradação económico-financeira da empresa. Os últimos projetos de saneamento da empresa pública cabo-verdiana não resultaram e agora é o próprio primeiro-ministro que admite tal desfecho para a companhia aérea pública da República de Cabo Verde.

Ao falar na segunda-feira, dia 14 de novembro aos jornalistas, na Cidade da Praia, Ulisses Correia e Silva, admitiu a possibilidade de fecho da companhia aérea de bandeira, mas garantiu que o executivo está a fazer tudo para que tal não aconteça.

“Estamos a fazer tudo para que a companhia não seja encerrada, porque o quadro clínico é complicado”, disse o governante, que não descartou o cenário de encerramento da TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde.

Ulisses Correia e Silva à margem do lançamento oficial dos voos inter-ilhas da Binter CV. “Estamos a fazer tudo para que não feche, para que continue a voar nos céus de Cabo Verde e para que tenha um bom parceiro estratégico”, afirmou o primeiro-ministro que revelou que o seu governo está a trabalhar nesse dossiê com o Banco Mundial.

A companhia aérea cabo-verdiana enfrenta problemas financeiros e de tesouraria e o Governo está a trabalhar num plano de reestruturação com vista à sua privatização, revelou a agência noticiosa portuguesa Lusa, que adianta que o plano deverá incluir cortes nas despesas de funcionamento da empresa e despedimento de trabalhadores, embora o executivo não tenha ainda avançado quantos.

“Estamos a criar as condições para a sua reestruturação e depois para a sua privatização. Essencialmente estamos à procura de uma solução para a privatização do negócio internacional”, disse Ulisses Correia e Silva.

Questionado sobre se já há propostas para a compra da companhia aérea e sobre se a Binter poderá ser um dos interessados, o primeiro-ministro cabo-verdiano adiantou que todas as possibilidades estão em aberto.

O início das operações da Binter Cabo Verde, que desde sábado, dia 12 de novembro, já voa entre as ilhas cabo-verdianas de Santiago, São Vicente e Sal, foi assinalado oficialmente na segunda-feira, dia 14, com uma cerimónia de batismo de um dos dois aviões da companhia que vão assegurar a rota.

Na cerimónia participaram, além do primeiro-ministro, vários ministros cabo-verdianos, bem como uma comitiva das Canárias liderada pelo presidente do Governo da Comunidade Autónoma, Fernando Clavija, que está em Cabo Verde para uma cimeira entre as duas regiões, que decorre nesta terça-feira, dia 15 de novembro.

 

Primeiro voo da Binter CV foi entre a Cidade da Praia e o Sal

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O primeiro voo comercial da Binter Cabo Verde saiu do Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na Cidade da Praia, ilha de Santiago, pelas 07h10 locais do dia 12 de novembro, com destino ao Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal.

A nova companhia aérea da República de Cabo Verde, criada pela Binter Canárias, começou a trabalhar nos voos regulares inter-ilhas, com um avião ATR72-600 já com registo deste país africano (D4-CCA) que antes integrava a companhia espanhola (EC-IYC).

Raúl Zapico, diretor da Binter Cabo Verde, anunciou que em breve chegará ao país um segundo avião do mesmo modelo, com o qual a companhia aumentará e melhorará as suas operações e a prestação de serviços aos passageiros.

Inicialmente a Binter CV irá operar apenas entre três ilhas do arquipélago: Santiago, Sal e São Vicente. “O nosso objetivo é ir ampliando as ligações à medida que se forem consolidando as rotas unindo todo o arquipélago, a exemplo do que temos em Canárias com a Binter”, esclarece Marina Ferreira, diretora comercial da nova empresa de transporte aéreo com sede em Cabo Verde.

A Binter CV espera terminar o corrente ano com 80 empregados, na maioria naturais do arquipélago. Esta filial da Binter, que foi considerada este ano, e pela quinta vez consecutiva, a melhor companhia de transporte aéreo regional da Europa pela ERA – Associação das Companhias Aéreas Regionais da Europa, foi lançada em 2013 com a previsão dos voos serem lançados em 2015. Contudo, diversas questões burocráticas adiaram até ao corrente mês de Novembro a atribuição do Certificado de Operador Aéreo (COA) indispensável para a companhia iniciar a sua operação comercial.

Nos voos inter-ilhas a companhia concorre diretamente com a TACV, companhia nacional totalmente de capital público, cuja situação económico-financeira, como referido anteriormente, é bastante crítica.

 

  • A foto de entrada é da autoria do spotter cabo-verdiano Carlos Freitas e a que ilustra o texto da primeira viagem da Binter CV foi fornecida pela companhia aérea, vendo-se o diretor da empresa Raúl Zapico a cortar a fita que assinalou o embarque dos primeiros passageiros entre a Cidade da Praia e o Sal, voo NTB800.

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