O Governo Português publicou nesta sexta-feira, dia 21 de abril, em ‘Diário da República’ um despacho do Ministério da Defesa a autorizar gastos de 20 milhões de euros na aquisição de cinco helicópteros que irão substituir a frota de Alouette III da Força Aérea Portuguesa (FAP), ao serviço há mais de 50 anos.
O diploma explica que “considerando o crescente obsoletismo tecnológico do helicóptero Alouette III (ALI II), decorrente da súbita escassez de componentes no mercado, associada à inexistência de uma entidade reparadora de motores, bem como, de centros autorizados para efetuar grandes inspeções da célula das aeronaves” e tendo em conta a necessidade deste aparelhos foi dada luz verde à compra de novos aparelhos.
Assim, o despacho autoriza “a despesa tendo em vista a aquisição de cinco helicópteros ligeiros monomotor (com a opção de até mais dois), incluindo treino, sobresselentes e material de apoio até ao montante máximo” de 20,5 milhões de euros “a financiar através das verbas inscritas na Lei de Programação Militar”. Os novos aparelhos deverão ser entregues no prazo de um ano após a adjudicação.
Os encargos serão divididos por três anos, sendo que 2018 o máximo aplicável é de 10 milhões de euros, em 2019 de sete milhões de euros e em 2020 de 3,5 milhões de euros. Os valores indicados para 2018, incluem a verba de 1,4 milhões de euros referentes ao ano de 2016, em processo de transição de saldos, a verba de 2017 no montante de 3,5 milhões de euros a transitar oportunamente para a mesma capacidade, projeto e subprojeto, e a dotação de 2018 no montante de cinco milhões de euros”, adiantou o mesmo documento.
O documento autoriza ainda a venda dos helicópteros ALIII “mediante inclusão no procedimento de aquisição (…) da opção de retoma das referidas aeronaves.”
O despacho, assinado pelo ministro da Defesa, já tinha sido anunciado no passado mês de março. Os novos helicópteros deverão estar aptos a garantir a instrução de pilotagem, as missões de busca e salvamento costeiro, o transporte geral e a evacuação sanitária militar.
Estes helicópteros deverão também estar equipados para poderem integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, no âmbito do apoio a missões de interesse público, nomeadamente à Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Ao serviço da Força Aérea Portuguesa desde a década de 60, os helicópteros Alouette III apresentam hoje “um obsoletismo tecnológico decorrente da súbita escassez de componentes no mercado”, não existindo já centros autorizados para grandes inspeções ou uma entidade habilitada a reparar os motores, segundo o despacho do ministro Azeredo Lopes.
A substituição destes helicópteros era reclamada há vários anos pela FAP.
- Na imagem vemos os ‘Alouette III’ que ainda estão aos serviço da FAP. Foto © André Garcez