O Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Carlos Mesquita, defendeu o estabelecimento de parcerias estratégicas entre companhias aéreas como forma de reduzir os custos operacionais e, por outro lado, criar condições para a abertura de novos mercados pelas companhias africanas e nacionais.
O governante moçambicano falava em Maputo, na quarta-feira, dia 18 de outubro, durante uma sessão de trabalho promovida pela IATA sob o lema “A Importância da Aviação Para o Crescimento Económico de Moçambique”. O evento juntou na capital moçambicana líderes da indústria aeronáutica, decisores, especialistas, e outros interessados, numa sessão de interação e troca de experiências.
Quanto a liberalização do espaço aéreo nacional, já em curso, Carlos Mesquita disse que a medida deve ser acompanhada por investimentos nas companhias aéreas para fazerem face ao crescente ambiente de concorrência daí resultante.
Porém, acredita que a entrada de novos operadores aéreos no mercado doméstico vai trazer benefícios no que tange a mobilidade de pessoas e bens, contribuindo para o desenvolvimento do turismo doméstico e além-fronteiras.
Na ocasião, em que a companhia de bandeira nacional, a LAM, recebeu mais um certificado IOSA de segurança operacional, o ministro disse que as companhias aéreas certificadas IOSA estão a operar 3,5 vezes melhor em relação as companhias não certificadas.
Mesquita disse que o governo moçambicano tem desenvolvido projetos na área da aviação civil com objectivo de atingir normas e padrões da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), tendo o país registado excelentes resultados nos últimos anos.
O facto culminou, por exemplo, com a retirada de Moçambique da lista negra da União Europeia, em Maio de 2017, o que resultou na autorização de companhias aéreas certificadas em Moçambique poderem sobrevoar o espaço aéreo europeu.
Maputo apela para o fim do contrabando de espécies ameaçadas em aviões comerciais
Numa outra fase da sua intervenção no Dia da IATA, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, afirmou que o uso do transporte aéreo por contrabandistas de espécies ameaçadas de extinção constitui mais um desafio do sector, por colocar em risco a conservação da biodiversidade e a própria segurança aeroportuária.
Citando dados da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), Mesquita disse que, em 2016, foram apreendidos nos aeroportos, a nível mundial, mais de 5.300 quilos de marfim e chifres de rinoceronte, e 16 mil animais vivos.
“Os contrabandistas continuam a usar o transporte aéreo para alimentar a rede de artigos ilegais de espécies ameaçadas de extinção. Este é um outro desafio no transporte aéreo”, disse Carlos Mesquita que indicou, adiante, que o mal representa um sério problema não só na área da conservação da biodiversidade, mas também para a segurança “na cabine” e para saúde pública, para além de fragilizar os recursos naturais de que as comunidades muito dependem para a captação de receita através do turismo.
Os dados da IATA sobre o contrabando preocupam o governo moçambicano, exortando o redobrar de esforços para que os meios aéreos não sejam usados para este fim, considerou Mesquita na sua intervenção.