O transporte de mercadorias no avião cargueiro que opera há um ano entre a ilha da Madeira e Lisboa está “muito aquém” das expectativas do consórcio ‘Madeira Air Integrated Solutions (MAIS), responsável pela linha, noticiou nesta quinta-feira, dia 23 de agosto, a agência de notícias ‘Lusa’, que cita declarações do diretor executivo.
“Os volumes de mercadorias entre o continente e o Funchal estão dentro daquilo que tínhamos previsto, mas, infelizmente, do Funchal até ao continente não se verificou o crescimento que estávamos à espera e encontrámo-nos muito aquém daquilo que eram as nossas expectativas”, afirmou António Beirão.
O consórcio MAIS, constituído entre a companhia aérea espanhola Swiftair, a ALS e a empresa logística madeirense Loginsular, assinou nesta quinta-feira, no Funchal um protocolo com a Secretaria Regional da Agricultura e Pescas, que vai financiar a empresa com 50 mil euros mensais até dezembro, para que desenvolva ações de promoção e divulgação dos produtos regionais junto de agentes económicos nacionais e europeus.
O avião cargueiro iniciou a atividade em Julho de 2017 e as estimativas apontavam para o transporte de quatro toneladas de mercadoria entre a Madeira e o continente ao fim de seis meses, mas apenas transporta 1.700 quilos, nomeadamente pescado e produtos agrícolas.
Pelo contrário, o volume de mercadorias entre o continente e a Madeira atinge as seis toneladas, sobretudo correio, bens perecíveis, medicamentos, jornais e animais vivos (de estimação).
“Infelizmente, nem tudo corre como desejamos”, reconheceu António Beirão, sublinhando, no entanto, que o consórcio conseguiu criar condições para demonstrar ao empresariado local que o transporte de mercadorias por via aérea é uma mais-valia.
“Estamos aqui [a assinar o protocolo] porque a República voltou a não cumprir com a Madeira aquilo que cumpriu com os Açores”, afirmou, por seu lado, o secretário regional, Humberto Vasconcelos, explicando que o Estado lançou um concurso público para financiar a carga aérea em nove milhões de euros entre aquela região autónoma e o continente, ao abrigo da continuidade territorial.
O governante vincou que “com a Madeira isso não aconteceu”, pelo que o executivo regional vai “continuar a bater-se” para que o Estado financie uma linha direta de transporte de mercadorias por via aérea.
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