A greve dos tripulantes de cabina da companhia irlandesa de baixo custo Ryanair contou com uma adesão de 70% em Portugal, de acordo com os números revelados nesta sexta-feira, dia 27 de julho, pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Em comunicado, o SNPVAC refere que na quarta-feira, 25 de julho, foram cancelados 30 dos 51 voos com descolagem prevista das quatro bases operacionais da Ryanair em Portugal – Lisboa, Faro, Porto e Ponta Delgada –, sendo que, na quinta-feira, a “percentagem de adesão à greve manteve-se nos mesmos níveis”.
De acordo com o sindicato, no dia 26 de julho, foram cancelados seis dos dez voos planeados, em Faro houve nove voos cancelados em 15 planeados e no Porto 13 voos foram cancelados em 22 planeados.
O SNPVAC acrescenta que os dois dias de greve “tiveram um enorme impacto a nível europeu”, pois, além de Portugal, esta paralisação afectou Espanha, Bélgica e Itália (apenas na quarta-feira), países onde a adesão à greve “foi igual” nos dois dias.
“Foi um acontecimento histórico a nível de união entre sindicatos e trabalhadores de vários países. A transversalidade dos motivos é óbvia e a paralisação tornou-se a única forma de os tripulantes fazerem com que se olhasse para a sua realidade e para as arbitrariedades a que estão permanentemente sujeitos”, justifica o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
Recorde-se que a greve dos tripulantes de cabina da Ryanair foi convocada em protesto contra as condições oferecidas pela companhia aérea, com os trabalhadores a exigirem que a Ryanair aplique a legislação nacional nos contratos de trabalho, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.