O Governo Português, dono da companhia aérea TAP, não irá ceder a “pressões” no âmbito da greve dos tripulantes de cabina da companhia, marcada para começar amanhã, dia 30 de Outubro.
O secretário de Estado dos Transportes transmitiu hoje essa posição à imprensa e admitiu que a paralisação, a ter algum efeito, será o de acelerar o processo de privatização.
“Acho que a greve agrava mais, separa mais, do que aproxima. Agrava a situação da empresa – não é que a empresa esteja mal do ponto de vista financeiro, está a crescer – mas torna a empresa notícia por maus motivos, afasta passageiros, que ficam desesperados, e sobretudo [os trabalhadores] não se podem queixar que não lhes dizemos a verdade”, afirmou Sérgio Monteiro.
Sérgio Monteiro declarou hoje, dia 29 de Outubro, em Lisboa, que os trabalhadores da transportadora “já sabem o que pode ou não ser feito” e avisou que o Governo não vai ceder a pressões.
“A greve, normalmente, é um instrumento de pressão sobre a administração ou sobre o Estado para conseguirem certas coisas. Ora, é claro o que pode ser feito ou não. Não vale a pena estarem com pressões desta natureza porque a nossa posição é só uma e já lhes foi comunicada”, sublinhou o secretário de Estado.
Governo e sindicatos voltam hoje à mesa das negociações
O governante referiu ainda que vai reunir-se hoje com a plataforma de todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da transportadora aérea, a pedido desta, e insistiu na disponibilidade manifestada pelo Governo para dialogar.
“Falta de diálogo da parte do Governo não tem havido. Agora, exceções orçamentais para além daquelas que foram permitidas no Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), isso não pode ser alterado porque perdíamos o equilíbrio que existe na sociedade portuguesa relativamente a outros funcionários públicos”, reforçou.
Sérgio Monteiro revelou, por fim, que o Governo pediu à administração da TAP, há duas semanas, “que ponderasse, no âmbito da proposta do Orçamento do Estado para 2015 (OE2015), que medidas podem ser tomadas – iguais ou diferentes ao OE2014 – que possam mitigar o impacto na vida de alguns trabalhadores”.