Grupo HNA vende participação indireta na TAP – Azul reforça posição

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O conglomerado económico chinês HNA anunciou nesta sexta-feira, dia 15 de março, num comunicado ao mercado bolsista de Xangai, na China, a venda da participação de nove por cento que detinha na TAP SGPS, através do consórcio ‘Atlantic Gateway’ por 55 milhões de dólares norte-americanos (48,6 milhões de euros).

Mais de metade desta participação indireta na TAP foi vendida à ‘Global Aviation Ventures LLC’, um fundo norte-americano de capital de risco especializado no setor da aviação, por 30 milhões de dólares. O restante passou para as mãos da transportadora aérea brasileira Azul S. A. em troca de 25 milhões de dólares, segundo comunicado enviado à bolsa chinesa de Xangai.

O grupo HNA explica que o negócio envolveu a venda de uma subsidiária chamada Hainan Airlines Civil Aviation, cujos únicos bens são uma participação de 20% na ‘Atlantic Gateway’, consórcio que detém 45% da TAP. O Estado português é dono de 50% da TAP, estando os restantes 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.

A Azul foi criada pelo empresário brasileiro David Neeleman, que detém 40% do consórcio ‘Atlantic Gateway’. O grupo HNA chegou a ser também acionista da Azul, mas vendeu essa participação em agosto do ano passado a investidores institucionais norte-americanos.

O Grupo HNA tinha, há menos de um mês, aumentado de 12 para 20 por cento a sua participação na ‘Atlantic Gateway’, numa altura em que já enfrentava problemas de liquidez. O grupo chinês tem vindo a alienar investimentos e a cancelar negócios, incluindo na indústria da aviação, que é o negócio fundamental da empresa.

Uma das subsidiárias do HNA, a Capital Airlines, inaugurou em julho de 2017 o primeiro voo direto entre a China e Portugal. No entanto, pouco depois de celebrar o primeiro aniversário do voo, a empresa anunciou a sua suspensão até março deste ano. Aponta-se para a retoma da linha para Lisboa, neste verão, mas agora procedente de Xian (LINK notícia relacionada).

O Grupo HNA, que detém ainda importantes participações em destacados grupos económicos como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, está já sob supervisão de um grupo de credores, liderado pelo Banco de Desenvolvimento da China.

 

Miguel Frasquilho lamenta saída do Grupo HNA do consórcio privado

Entretanto o ‘Jornal de Negócios’, noticiou na sua edição digital que o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, afirmou nesta sexta-feira, 15 de março, que “foi com pena que recebemos a notícia” de o grupo chinês se tinha retirado do consórcio ‘Atlantic Gateway’.

Miguel Frasquilho falava num almoço debate organizado pelo ‘International Club of Portugal’  e confirmou que eram conhecidas as dificuldades do grupo chinês no último ano e meio, e a venda de ativos que vinha a fazer, Miguel Fransquilho.

“Era a nossa porta para Oriente”, afirmou o responsável, garantindo ainda assim que a TAP terá de entrar no mercado asiático.

 

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