O Grupo Lufthansa anunciou nesta terça-feira, dia 7 de abril, que vai fechar a sua subsidiária Germanwings, também de bandeira alemã, e reduzir em 42 o número de aviões da sua frota.
Um comunicado assinado pela administração fala de reorganização e reestruturação do maior grupo europeu de aviação comercial, e admite que a paragem dos aviões e a esperada menor procura por viagens de avião, nos próximos meses, até final de 2021, na sequência da pandemia de covid-19, irá mudar completamente o panorama do sector, que demorará muitos anos até recuperar o fulgor do ano passado.
“Não se espera um retorno rápido do setor do transporte aéreo aos níveis de antes da crise”, dado que “o levantamento total das restrições de viagens durará meses” e o retorno da procura “anos”, destaca o comunicado do Grupo Lufthansa.
Face à quebra drástica do tráfego aéreo, como resultado da pandemia da covid-19, o grupo alemão conta “reduzir de forma permanente as capacidades de transporte”, com a retirada da atual frota de 763 aeronaves de 42 aviões de médio e longo curso.
O número inclui seis Airbus A380, o maior avião comercial do mundo, cuja revenda ao construtor já estava “prevista, de qualquer maneira, a partir de 2022”, de acordo com a Lufthansa. Para já, sairão 11 aviões Airbus A320, sete A340-600 e cinco Boeing 747-400 serão também retirados da frota da Lufthansa, e a subsidiária Germanwings irá entregar aos lessors 10 aeronaves Airbus A320.
A Germanwings, que já estava há alguns anos integrada na subsidiária de baixo custo Eurowings, vai parar em breve, seguindo, aliás, o plano que já tinha sido delineado pelo grupo Lufthansa de extingui-la.
Os sindicatos do grupo Lufthansa manifestaram nesta terça-feira, dia 7 de abril, a sua inquietação face à aceleração da extinção da Germanwings no contexto da pandemia, denunciando, numa carta aberta, o “sacrifício de alguns” na reestruturação, segundo a agência de notícias AFP.
“Nenhuma filial da Lufthansa é responsável pela crise”, escreveram os sindicatos do grupo, evocando o “perigo existencial” com que são confrontados os empregados.
O Grupo Lufthansa tinha no início deste ano um ativo de 87.000 empregados na Alemanha, Áustria, Bélgica e Itália. Cerca de 60 por cento desse pessoal está ou será inscrito em programas de lay-off, 62.000 dos quais na Alemanha.
A quase totalidade dos voos de passageiros foi suprimida, no quadro de um plano de emergência colocado em prática até 19 de abril, data que poderá ser prorrogada, de acordo com as recomendações das autoridades sanitárias da União Europeia.
A capacidade de transporte, ou seja, o número de lugares disponíveis nos aviões, ficou reduzido a apenas 5% e 700 dos 763 aviões estão atualmente parados em vários aeroportos.