Grupo Lufthansa reduz 150 aviões e anuncia mais reduções de pessoal

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O Conselho Executivo do Grupo Lufthansa tomou nesta segunda-feira, dia 21 de setembro, mais algumas decisões sobre a sua reestruturação, o que denominou pelo terceiro pacote, depois de analisados os resultados deste Verão entre todas as companhias que compõem o grupo aéreo, de matriz alemã.

Este novo pacote incluído no denominado programa de reestruturação ‘ReNew’ abrange todo o grupo e resulta de uma análise profunda das perspectivas de procura e vendas para os voos internacionais, que, segundo a Lufthansa, “pioraram significativamente nas últimas semanas”. “Com a temporada de viagens de Verão chegando ao fim, os números de passageiros e reservas estão caindo novamente, após leves sinais de recuperação ainda serem evidentes em julho e agosto”, justifica o Conselho Executivo. Os responsáveis executivos do Grupo Lufthansa consideram que a recuperação de tráfego aéreo foi significativamente menor do que o esperado para esta época de férias, dominada e travada pela pandemia de covid-19 em todo o mundo.

Entre as principais decisões tomadas ressalta a retirada de 150 aviões da frota operacional e a paragem de todos os aviões A380 e A340-600, até nova apreciação do mercado. No campo das dispensas de pessoal, o grupo admite que os despedimentos poderão ir além dos 22.000 já anunciados, havendo fontes ligadas ao processo que já apontam para um total de 28.000 até final deste ano, se o mercado se mantiver com as atuais restrições.

 

Em detalhe, o Conselho Executivo adotou as seguintes resoluções:

As perspectivas de capacidade para as companhias aéreas de passageiros serão significativamente revisadas; a suposição anterior de que um nível médio de produção de 50% do valor do ano anterior seria alcançado no quarto trimestre do ano não parece mais realista. Se a tendência atual continuar, os assentos-quilómetro oferecidos provavelmente ficarão apenas na faixa entre 20 a 30 por cento, em comparação com o ano anterior.

  • O planeamento da frota a médio prazo será ajustado e atualmente prevê-se uma redução permanente da capacidade em todo o Grupo, com a paragem de 150 aeronaves até meados desta década (o ponto de partida é a frota do grupo incluindo aeronaves arrendadas com tripulação).
  • Além das mudanças de frota já comunicadas, foram tomadas as seguintes decisões: Após terem sido retirados seis aviões Airbus A380 de serviço na Primavera, os oito A380  restantes e mais 10 Airbus A340-600, que seriam mantidos ao serviço nos próximos meses, serão transferidos para armazenamento de longo prazo e removidos do planeamento. Essas aeronaves só serão reativadas no caso de uma inesperada recuperação do mercado. Além disso, os sete Airbus A340-600 restantes, presentemente na frota, serão desativados permanentemente.
  • As decisões de frota mencionadas acima resultarão num prejuízo adicional de até 1,1 mil milhões (bilhões no Brasil) de euros. A expectativa é que o valor seja contabilizado no terceiro trimestre deste ano.
  • O excedente de pessoal anunciado anteriormente que estava fixado em 22.000 postos de trabalho em tempo integral aumentará como resultado das decisões tomadas em relação ao terceiro pacote dentro do programa de reestruturação. A mudança nos níveis de pessoal permanente dentro das operações de voo será ainda ajustada em relação ao desenvolvimento do mercado. A compensação e redução do excedente de pessoal serão discutidas com os representantes dos trabalhadores responsáveis.
  • Independentemente das negociações sobre conciliação de interesses e planos sociais para despedimentos dentro do Grupo Lufthansa, o objetivo da Comissão Executiva continua a ser acordar pacotes de crise com os parceiros da negociação coletiva que limitem o número de despedimentos necessários.
  • Apesar das perspectivas serem mais pessimistas, o planeamento financeiro revisto pretende reduzir ainda mais as saídas de tesouraria por meio de uma gestão de custos rigorosa. A saída de liquidez deverá ser reduzida dos atuais cerca de 500 milhões de euros por mês para uma média de 400 milhões de euros por mês no Inverno de 2020/21. A meta previamente comunicada do Grupo de retornar a fluxos de caixa operacionais positivos durante 2021 está sendo reforçada.
  • Uma estrutura de gestão simplificada com uma redução de 20 por cento dos cargos de gestão será implementada no primeiro trimestre de 2021. Para simplificar e definir claramente as responsabilidades, a organização do processo funcional (matriz) será focada nas funções centrais das companhias do Grupo Lufthansa. Para todas as outras áreas será introduzido um novo modelo de gestão com responsabilidades claramente atribuídas (descentralizadas ou centralizadas, dependendo do processo).
  • Os espaços físicos, utilizados por serviços administrativos e de escritórios serão revistos em todo o mundo e reduzido em 30% na Alemanha.

Na avaliação do Conselho Executivo do Grupo Lufthansa, a manutenção do alto nível de incerteza no tráfego aéreo global implica ajustes de curto prazo à atual situação do mercado, que são inevitáveis num futuro próximo. Assim, o Conselho considera a expansão dos testes de despiste do coronavírus aos passageiros, antes da partida dos voos, como um pré-requisito essencial para a retoma da mobilidade global. Com testes consistentes é possível aumentar a segurança dos viajantes, além de tratar-se de uma alternativa melhor do que alterar regulamentos nacionais de entrada e quarentena inconsistentes.

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