O Grupo Ryanair (Ryanair Holdings plc) teve um prejuízo de 815 milhões de euros no ano fiscal (período de 12 meses terminado em 31 de março de 2021), contra um lucro de 1.002 milhões de euros no exercício anterior.
Na base deste resultado negativo estão as restrições impostas às viagens no setor da aviação devido à pandemia de covid-19, que provocaram uma queda de 81% na faturação da companhia de baixo custo, para um montante de 1.640 milhões de euros, refere a transportadora aérea em comunicado enviado nesta segunda-feira, dia 17 de maio, à bolsa de valores de Londres.
A crise de sanitária também atingiu fortemente o tráfego de passageiros, que recuou para 27,5 milhões, uma queda de 81% face ao ano fiscal de 2019-2020, quando transportou 148,6 milhões de passageiros.
O Grupo Ryanair considerou que o exercício anterior foi “o mais difícil” nos seus 35 anos de existência, devido ao “colapso no tráfego de clientes” que se deu “praticamente da noite para o dia”, depois de “muitos governos, quase sem aviso prévio ou coordenação” terem “imposto” proibições aos voos, ordenado restrições às viagens e realizado confinamentos nacionais.
Antecipando este novo ano fiscal, a companhia prevê transportar entre 80 a 120 milhões de passageiros, apesar de no primeiro trimestre deste ano ter apenas registado um tráfego da ordem dos cinco a seis milhões de pessoas.
Neste contexto de incertezas, a Ryanair alerta que é “impossível” fazer uma previsão “normal” para os resultados anuais, embora se mostre confiante em que poderá aproximar-se do limiar de rentabilidade “se o processo de vacinação na União Europeia continuar a avançar”.
O presidente executivo do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, disse num vídeo introdutório na apresentação dos resultados que o recente aumento nas reservas de voos sugere que “a recuperação começou”.
As reservas de bilhetes semanais, passaram de 500.000 no início de abril para os atuais 1,5 milhões, frisou o gestor.
“Se, como indicam as previsões, a maioria da população europeia for vacinada em setembro, acreditamos que podemos esperar uma forte recuperação” na segunda metade deste ano, de outubro a março, disse O’Leary.
O gestor realçou ainda que os prejuízos de 815 milhões de euros são ligeiramente inferiores às previsões anteriores, que se situavam nos 834 milhões de euros.
“É melhor do que esperávamos, mas ainda é uma perda traumática para uma companhia aérea que obteve lucros consistentemente ao longo de 35 anos de história”, concluiu.
- O Grupo Ryanair (Ryanair Holdings plc) integra as companhias aéreas Buzz, Lauda, Malta Air e Ryanair. Transportou cerca de 149 milhões de passageiros no ano fiscal pré-covid em mais de 2.500 voos diários de mais de 80 bases operacionais, num tempo em que o grupo ligava mais de 225 destinos em 37 países com uma frota de 450 aeronaves. O grupo tem presentemente encomendados mais 210 aviões Boeing 737 MAX 8, com uma configuração exclusiva, que levou a Ryanair a rebatizá-los de B737-8200 ‘Gamechanger’, o que, segundo o seu presidente executivo, Michael O’Leary, permitirá baixar as tarifas e aumentar o tráfego para 200 milhões de passageiros por ano até 2027. As companhias que voam para o grupo Ryanair têm uma equipa de mais de 16.000 profissionais de aviação altamente qualificados que contribuem para o melhor desempenho europeu em termos de pontualidade, e um recorde de segurança de 35 anos no sector.