O presidente da Associação de Turismo dos Açores (ATA), Carlos Morais, afirmou que a associação não foi “tida nem achada” nas rotas da Azores Airlines, companhia do Grupo SATA, sediado na Região Autónoma.
Falando na comissão de Economia da Assembleia Regional, Carlos Morais afirmou que, “se calhar”, a companhia aérea açoriana devia ter consultado a ATA antes da definição das rotas áreas.
“Não fomos tidos, nem ouvidos, nem achados sobre as rotas que a SATA resolveu lançar”, afirmou Carlos Morais nesta sexta-feira, dia 25 de fevereiro.
Na mesma comissão, o presidente do conselho de administração da SATA, Luís Rodrigues, acusou a ATA de tratar a companhia aérea açoriana de forma diferente de outras companhias.
“Não quero ser mal interpretado, mas a SATA só veio procurar a ATA depois de ter definido quais as rotas é que ia fazer e [sem saber se] haveria dinheiro para a promoção dessas rotas”, retorquiu Carlos Morais.
Lembrando que a companhia açoriana lançou rotas no mês de fevereiro, o presidente da ATA destacou que o orçamento da associação é “aprovado em novembro ou em outubro”.
“Ainda por cima”, destacou Carlos Morais, naquela altura a associação tinha “uma série de operações já colocadas”, tendo, inclusive, sido solicitado ao Governo Regional “um reforço da verba para a promoção do turismo” da região.
A audição do líder da ATA foi requerida a propósito do projeto dos partidos PSD, CDS-PP e do PPM, que visa um “reforço das ligações aéreas internacionais para a ilha Terceira”.
Carlos Morais defendeu que o projeto em causa “poderia ser reformulado ou ser mais abrangente”.
“Nós promovemos todos os aeroportos. As conversas com as companhias são promovidas em todos os aeroportos”, afirmou.
O presidente da ATA considerou necessário existir “sempre uma porta de entrada no maior” mercado da região, referindo-se a Ponta Delgada, em São Miguel, para depois “fazer dispersar” os turistas por outras ilhas.
Carlos Morais considerou “positivo” o trabalho da ATA nos últimos três anos, destacando a “importância grande” do turismo na economia regional, apesar da pandemia da covid-19.
“Não podemos agradar a gregos e a troianos. Não podem estar as nove parcelas satisfeitas com o trabalho desenvolvido. Mas uma coisa é certa: todas elas subiram em termos de desenvolvimento turístico, mesmo com a questão da pandemia”, afirmou.
O presidente do conselho de administração da SATA disse que a companhia aérea solicitou apoios à ATA para operações que se vão realizar neste verão e que recebeu, numa fase inicial, resposta afirmativa, mas depois esse apoio foi recusado.
“Infelizmente fomos surpreendidos há uns dias com: Afinal não há orçamento, não vos podemos apoiar. Mas há dinheiro para os outros. Isso é que é difícil de entender”, revelou Luís Rodrigues.
- Texto distribuído pela agência ‘Lusa’
- Foto de abertura © Carlos Brito