O Grupo Urbanos chegou a um acordo de princípio com a TAP para compra dos 49,9% do capital da Groundforce, empresa portuguesa de assistência de aeronaves e passageiros nos aeroportos (um serviço que é normalmente designado pelo termo britânico ‘handling’), que são ainda detidos pelo maior grupo aéreo nacional.
A notícia é avançada hoje pelo jornal diário ‘Público’ que se publica em Lisboa. Segundo a publicação o Grupo Urbanos, que já detém 50,1% do capital da empresa, vai exercer o seu direito de compra da participação da TAP.
Esta manhã o ‘Jornal de Negócios’ refere também que a Groundforce regressou em 2013 aos lucros, depois de oito anos de consecutivos prejuízos, e daí se ter tornado imperioso para o Grupo Urbanos decidir o seu destino na empresa. Optou por adquirir a parcela do capital que não controlava e passa assim a controlá-la a 100 por cento e a decidir o seu futuro.
O Grupo Urbanos tinha chegado a um acordo de princípio com a TAP para a compra de 50,1% do capital da empresa de assistência nos aeroportos Groundforce em 2012, que só foi oficializado um ano depois, quando o Ministério das Finanças deu autorização. No acordo, ficou então estabelecido que a Urbanos teria direito a comprar os 49,9% detidos pela TAP na Groundforce e que, caso não quisesse avançar para a aquisição de 100% do “handling”, teria de abdicar da participação maioritária que controlava e controla.
Recorde-se ainda que a Groundforce registou prejuízos de 1,5 milhões de euros, em 2012, mas que o presidente da Urbanos acreditava que, com o novo acordo de empresa, a Groundforce regressaria aos lucros em 2013, o que aconteceu. A empresa registou um lucro superior a dois milhões de euros no ano passado.
Ao jornal ‘Público’, o presidente do Grupo Urbanos, Alfredo Casimiro, confirmou não apenas a decisão de avançar para a compra da totalidade da Groundforce como também afirmou que acredita que, no estrangeiro, a empresa de “handling” conseguirá ter “sustentabilidade” e que, a partir do momento em que os projectos internacionais estiverem em curso, “será possível crescer 10% ao ano”.
Actualmente a Groundforce está presente em quatro aeroportos portugueses: Lisboa, Porto, Madeira e Porto Santo. Em todos eles enfrenta a concorrência da Portway, uma empresa que desde 2006 pertence à ANA – Aeroportos, concessionária dos aeroportos portugueses e que foi comprada no ano passado pelo Grupo Vinci Airports, que ficou com a concessão por 50 anos de 10 aeroportos: Lisboa, Porto, Faro e Beja, no Continente; Madeira e Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira; e Ponta Delgada, Horta, Flores e Santa Maria, na Região dos Açores.
A Groundforce é presidida actualmente por Guilhermino Rodrigues, que foi presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal, quando esta era uma empresa de capitais públicos.