O Governo da Guiné Equatorial, país africano recentemente admitido na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciou ontem, dia 15 de Agosto, que suspendeu a emissão de vistos (visas) solicitados por viajantes dos países vizinhos da África Ocidental, onde se verifica a existência declarada de doentes infectados com o vírus da Ébola.
Também a Ceiba Intercontinental, companhia aérea estatal, foi proibida de voar para os países limítrofes, estando desde ontem suspensos todos os voos de Malabo, cidade capital da Guiné Equatorial, para Cotonou (Benim), Dakar (Senegal), Accra (Gana), Lomé (Togo) e Abidjan (Costa do Marfim). O presidente executivo da companhia, Bienvenido Esono Okomo, anunciou, num comunicado à imprensa emanado da empresa aérea, que todos os voos estão suspensos até nova ordem, mas deixou claro que enquanto os focos da doença não estiverem debelados os voos não serão reatados para esses países.
O governo anunciou que estas são apenas algumas das medidas de precaução e prevenção tomadas contra o alastramento da doença, que serão ainda mais reforçadas junto da população para que esteja avisada e aprenda a enfrentar a ocorrência de eventuais casos da doença na Guiné Equatorial.
Pilotos da White Airways nos aviões Boeing da Ceiba
Na companhia aérea do país, a Ceiba Intercontinental, trabalham algumas dezenas de pilotos e outros tripulantes portugueses, contratados pela White Airways, que é responsável pela operação dos quatro aviões Boeing da Ceiba.
Na frota da Guiné Equatorial e como forma de contornar a proibição de aviões comerciais com bandeira do país de utilizarem aeroportos e espaço aéreo europeus, dois dos seus quatro Boeing trabalham com registo de Portugal. Um Boeing 777-200 (CS-TQX) e um Boeing 737-800 (CS-FAF). A companhia tem ainda mais dois aviões, um Boeing 7676-300ER e um Boeing 737-800, mas que ostentam registo da Guiné Equatorial.
A companhia anunciou recentemente que até ao próximo Outono receberá mais dois Boeing 737-800 que serão operados pela portuguesa White Airways.
Nos planos de desenvolvimento e expansão da Ceiba Intercontinental, e resultado da aceitação da Guiné Equatorial no seio da CPLP, constam a próxima abertura de novas linhas para Angola, Brasil e Portugal, além de Marrocos e África do Sul.
As normas europeias que levam à constituição da conhecida lista negra das companhias que não podem aterrar em aeroportos europeus ou utilizar espaço aéreo europeu, penalizam não só as companhias que apresentam deficiências graves nos seus aviões ou nos programas de manutenção técnica, em escala ou em hangar, como também os países cujos governos não têm uma autoridade de aviação civil actuante e certificada, por não possuírem técnicos devidamente habilitados para a inspecção dos aparelhos e verificação das normas de segurança impostas pela União Europeia.