É no mínimo inusitado o que aconteceu na manhã desta sexta-feira, dia 19 de julho, no Aeroporto Internacional Murtala Muhammed, na cidade de Lagos, no sudeste da Nigéria, país da África Ocidental, que é o mais populoso do continente.
Um Boeing 737 da companhia nigeriana Azman Air preparava-se para descolar com destino a Port Harcourt quando os passageiros alertaram a tripulação para o facto de um homem estar a subir para a asa esquerda do aparelho apoiado na carenagem do motor desse lado. Uma cena de filme, segundo citaram alguns passageiros, que não acreditavam no que estavam a ver, pois a aeronave já estava junto da cabeceira da pista para iniciar a rolagem para o voo. Nesse momento, o comandante aguardava que outros dois aviões aterrassem para receber ordem de descolagem.
Segundo as notícias, o homem terá colocado uma bolsa de viagem dentro do motor, presumivelmente pensando que seria um bom lugar para guardá-la e estava a subir para a asa, onde, supõe-se, pretendia viajar.
Logo que o alerta chegou ao cockpit os pilotos desligaram imediatamente os motores para, exatamente, evitar que o homem fosse sugado.
Preso pela polícia o homem alegou que pretendia viajar para o Gana. Mas também aí estava errado, já que o avião se dirigia para outra cidade nigeriana.
Na manhã desta sexta-feira, o comandante Kwasi Oteng, diretor de segurança da companhia African World Airlines, do Gana, que costuma viajar para a Nigéria, fez declarações a um canal de televisão africano, em que confirmou o sucedido e alertou, uma vez mais, para as fracos níveis de segurança dos aeroportos nigerianos, em geral, e do Aeroporto Internacional de Lagos, onde é frequente se verificarem roubos em aviões e de aviões e na área aeroportuária que é restrito a pessoal autorizado. Mostrou-se até surpreendido por haver voos diretos entre Lagos e os EUA, atendendo às exigências de segurança das autoridades norte-americanas.
Mais uma vez o que se verificou é que houve um intruso que entrou numa área classificada e de aceso restrito do aeroporto, disse o comandante Oteng. O homem terá aberto a porta do porão de carga já no taxiway de acesso à pista de descolagem, o que permitiu ao clandestino apoiar o pé nessa porta, entretanto deixada entreaberta, e chegar à asa. Uma escalada que precisa agora ser melhor investigada pelos inspetores que têm a seu cargo o inquérito.
Tudo uma cena de grande inconsciência. Em caso do avião ter descolado com o portão de carga aberto poderiam acrescer problemas muito graves, além da certeza de que o clandestino morreria na primeira aceleração da aeronave…