IATA alerta Caracas para pagamentos devidos às companhias aéreas

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A IATA, associação que representa cerca de 240 companhias aéreas em todo o mundo, lançou um apelo ao Governo da Venezuela para que honre o compromisso de repatriar, a “taxas de câmbio justas”, cerca de 3,9 mil milhões de dólares que as companhias aéreas têm retidos no País, produto das vendas de bilhetes de passagens para diversos aeroportos internacionais.

A associação das companhias aéreas afirma que a retenção dessas verbas é uma “contravenção dos tratados internacionais” e avisa a Venezuela que está a pôr em risco a conectividade aérea, um grande contribuinte para a economia do País.

“A situação é inaceitável”, diz o director-geral e CEO da IATA, Tony Tyler, que avisa que as companhias aéreas estão empenhadas em servir o mercado venezuelano, “mas não podem suportar operações indefinidamente se não forem pagas”, Tyler recorda que em Março o Governo da Venezuela prometeu às companhias aéreas que lhes possibilitaria a repatriação do seu dinheiro a taxas de câmbio justas, “mas desde então houve poucos progressos”.

O comunicado da IATA refere ainda que durante o mês de Abril o governo venezuelano “fez várias ofertas para de libertação de alguns dos fundos das companhias aéreas, mas a taxas de câmbio inferiores ou com descontos arbitrários”.

“Estas acções contradizem compromissos anteriores de que as companhias aéreas iriam poder repatriar a totalidade dos fundos que lhes são devidos e foram rejeitadas”, acrescenta a IATA, que indica que a situação afecta 24 companhias aéreas.

A IATA diz ainda que além de terem o seu dinheiro retido, as companhias aéreas estão a ser penalizadas por taxas que não estão alinhadas com a política da ICAO, referindo que em Dezembro as taxas aeroportuárias foram aumentadas 70% sem consulta ou melhoria de serviços e que taxas especiais passaram a ser aplicadas ao transporte aéreo para financiar actividades com as quais não se relaciona.

O resultado, acrescenta o comunicado da IATA, é que no último ano 11 das 24 companhias aéreas que operam de e para a Venezuela reduziram essas ligações entre 15% e 78%, bem como houve uma que deixou mesmo de voar para o País.

Ainda hoje a companhia brasileira GOL comunicou aos investidores que devido à situação na Venezuela, onde tem retidos 350,3 milhões de reais (112,8 milhões de euros), vai reconhecer uma imparidade de 75,9 milhões de reais (24,4 milhões de euros) nas suas contas do primeiro trimestre.

A TAP voa três vezes por semana de Lisboa, Porto e Madeira para Caracas, num total de três voos, com partidas e chegadas alternadas nesses aeroportos portugueses. Normalmente, no período de Verão a companhia aérea portuguesa costuma elevar o seu número de voos de acordo com a procura. No ano passado chegou a haver seis voos por semana em Agosto e Setembro, o que não acontecerá este ano. Não, porque não exista procura. Não obstante a situação no País, há sempre muita gente a querer viajar, nomeadamente emigrantes portugueses e espanhóis de visita à sua terra natal. O programa de voos manter-se-á em três por semana, porque também a TAP está farta de ter receitas presas em Caracas, devido às demoras burocráticas do sistema e, também, porque não pretende arriscar em vender mais bilhetes que irão engrossar a dívida do governo venezuelano à companhia aérea portuguesa.

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