A partir de 2016 todas as companhias aéreas deverão adoptar um sistema que permitirá localizar a cada 15 minutos os aviões das suas frotas, bem como, em caso de emergência, os dispositivos a bordo emitirão um sinal a cada minuto. Este é o objectivo e a proposta da ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil), saída da cimeira internacional, High Level Safety Conference (HLSC) , realizada esta semana em Montreal, no Canadá.
O plano resulta de uma reacção ao desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines e vai permitir localizar as aeronaves dentro de um raio de 11 quilómetros (6 milhas náuticas). O avião que fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo ainda não foi encontrado e as causas do seu desaparecimento permanecem um mistério.
Olumuyiwa Benard Aliu, presidente da ICAO – Crédito fotos REUTERS/CHRISTINNE MUSCHI
Olumuyiwa Benard Aliu, presidente da ICAO, salientou que o sistema de detecção “não impedirá os acidentes”, mas significará que “não desaparecerão mais aviões”. Actualmente os radares detectam um avião mas a cobertura é intermitente e desaparece em alto mar, ou quando as aeronaves voam abaixo de uma determina altitude. Os avisos minuto a minuto funcionarão igualmente em mudanças inesperadas de altitude e desvios de rota. E Nancy Graham, directora do Gabinete de Navegação da ICAO garante que o sistema nem sequer é dispendioso.
Tony Tyler – presidente da IATA
O presidente da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), Tony Tyler, revelou que já há um número razoável de companhias aéreas que se preparam para melhorar os sistemas de radar para detecção das suas aeronaves.
Na cimeira também foi acordado que as empresas instalarão nos seus jactos caixas negras flutuantes ejectáveis para que as informações que possam prevenir futuros acidentes não se percam no fundo do mar. Esta tecnologia já é utilizada na aviação militar e será obrigatória em todos os aviões desenhados a partir de 2021. Para já fica a promessa da Airbus de instalar muito mais cedo este tipo de caixas negras nos A350 e nos A380. Em contrapartida a Boeing sublinha que é preciso estudar melhor a tecnologia.
Igualmente em consequência da destruição por um míssil do voo MH17 da Malaysia Airlines a ICAO vai administrar uma base de dados que centralizará todas as informações referentes a zonas de guerra e conflito e sobre os possíveis riscos de voar sobre essas áreas.