A TAP está a equacionar uma mudança para instalações alugadas, depois de uma vistoria aos edifícios da companhia ter concluído que precisam de obras estruturais que podem chegar aos 50 milhões de euros, disse a Comissão de Trabalhadores (CT).
Num comunicado interno, a que a agência ‘Lusa’ teve acesso nesta terça-feira, dia 10 de maio, a estrutura deu conta de uma reunião com a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, no final de abril, em que lhe foi comunicado que “se está de novo a ponderar mudar os trabalhadores daquilo que é designado por sede de instalações”, sendo que “já se anda à procura de um edifício suficientemente grande para albergar mil e duzentas pessoas, que esteja situado num raio de cinco/seis quilómetros do aeroporto”, indicou.
De acordo com a CT, “a razão apontada é uma razão de segurança”, tendo em conta que “foi feita uma vistoria aos edifícios e chegou-se à conclusão de que estão muito frágeis e a precisar de obras estruturais que se não forem feitas podem pôr em causa a integridade física de quem lá trabalha”.
A estrutura referiu ainda que “estas obras rondam os 40/50ME [milhões de euros]” e que “segundo a administração fica então mais económico arrendar um edifício, uma vez que daqui a três ou quatro anos vai tudo mudar para Alcochete (provável localização do novo aeroporto de Lisboa), além de que se poupam cerca de dois ME em parqueamento do pessoal de bordo, que passaria a estacionar no reduto”.
De acordo com a CT, foram apontadas “algumas questões como seja o estacionamento para os trabalhadores deslocados”, sendo que, segundo a estrutura, foi-lhe dito “que não era um assunto assim tão importante e que não vai haver estacionamento para todos”.
A CT alertou que “muitos trabalhadores optaram por morar fora de Lisboa, precisamente por trabalharem no aeroporto e terem estacionamento gratuito, além de que mesmo morando dentro de Lisboa a viagem de carro é muito mais rápida do que a viagem em transportes públicos”.
“Referimos também a questão do refeitório, foi-nos dito que teria de ser dada uma compensação aos trabalhadores caso não exista um sítio onde os mesmos possam tomar a sua refeição dentro dos moldes agora praticados”, indicou a CT, que disse, na reunião, que “esta não seria uma boa mudança uma vez que se está a separar trabalhadores, e a retirar regalias”.
A CT abordou ainda “possíveis ajustes” devido “ao aumento do vencimento mínimo, ao aumento do custo de vida e ao aumento da inflação”, mas foi-lhe dito que “não estão no horizonte, nem constam do Orçamento para 2022”.
“Também explicámos como surgiu o Fundo Social, uma vez que nos chegou a informação de que os empréstimos estão a ser negados a quem deles precisa”, tendo Christine Ourmières-Widener dito que “se o dinheiro é dos trabalhadores então deve ser usado pelos trabalhadores”.