Intervenção do Estado na TAP depende “da ambição” do plano de recuperação

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O ministro de Estado e das Finanças de Portugal considera que o valor a injetar na TAP, companhia aérea de bandeira portuguesa cuja atividade quase parou devido à pandemia de covid-19, dependerá “da ambição com que toda a intervenção venha a ser desenhada”.

Mário Centeno, que falava durante uma entrevista concedida à estação televisiva pública RTP, na quinta-feira, dia 7 de maio, disse desconhecer se o valor de que a companhia aérea necessita rondará os 500 milhões de euros, e adiantou que não há “sequer muita clareza sobre o faseamento dessas necessidades, que são, obviamente, importantes acautelar”.

“Não sabemos, depende um pouco do cenário que for traçado e eu diria, no final do dia, da ambição com que toda esta intervenção vier a ser desenhada”, referiu o governante com a pasta das Finanças.

Mário Centeno acrescentou que o Governo Português se reunirá nesta sexta-feira, dia 8 de maio, com a Comissão Executiva da TAP, que é liderada por Antonoaldo Neves, e reiterou “o papel estratégico insubstituível” da companhia para Portugal.

“A responsabilidade com que o Governo tratou todas estas questões vai manter-se”, garantiu o ministro na RTP, acrescentando que “o dinheiro dos contribuintes é algo inviolável e vai, obviamente, ser levado em conta”.

O governante não excluiu a hipótese de nacionalização, alinhando-se com os restantes membros do Governo, dizendo também que as questões estratégicas da TAP “colocar-se-ão, mas não neste instante, porque há muita incerteza sobre o que vai acontecer” no setor da aviação.

Mário Centeno relevou “a defesa da companhia, mas também a defesa do interesse do Estado enquanto acionista”, mas lembrou que “não é o Estado acionista que vai dar empréstimos à TAP, é o Estado enquanto Tesouro e esse é muito importante preservar”.

O primeiro-ministro, António Costa, assegurou nesta quinta-feira que só haverá apoio à TAP com “mais controlo e uma relação de poderes adequada”, mas assegurou que a transportadora aérea continuará a “voar com as cores de Portugal”.

“O Estado não meterá – nem sob a forma de garantia, injeção de capital ou empréstimo – um cêntimo que seja na TAP sem que isso signifique mais controlo e uma relação de poderes adequada a esse apoio que vier a conceder”, garantiu o primeiro-ministro no Parlamento.

Atualmente, devido à pandemia de covid-19, a TAP tem a sua operação suspensa quase na totalidade e recorreu ao lay-off simplificado dos trabalhadores.

Desde 2016 que o Estado (através da Parpública) detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Atlantic Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora aérea.

Os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.

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