A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique tem a sua frota de aviões Embraer 190AR à venda desde há alguns meses. Os aparelhos encontram-se fora d
O assunto é novamente abordado pelo jornal ‘Notícias’ de Maputo, que na sua edição desta segunda-feira, dia 14 de junho, destaca declarações de Raimundo Matule, administrador do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), entidade que tutela a companhia aérea moçambicana, cuja maioria do capital é estatal.
Matule reconhece que a LAM enfrenta problemas estruturais que acabam por afectar a gestão, e justificou que não faz sentido que uma companhia pequena como a LAM esteja a voar com aviões de três a quatro marcas diferentes. Trata-se de uma medida que, segundo afirma “visa melhorar o desempenho e minimizar os custos operacionais da companhia de bandeira”.
Os atuais responsáveis pela LAM decidiram optar pelo phase-out dos Embraer, hoje com cerca de uma década de serviço na companhia e procurar uniformizar a frota, nomeadamente a que se dedicará ao tráfego doméstico e regional.
Uniformização da frota com Boeing 737 e DHC Dash 400-8
“Se fosse possível operar apenas com uma marca, nós avançamos para essa estratégia, mas está visto que devido às condições do próprio país não podemos operar uma marca”, referiu o administrador do IGEPE. Para defender esta tese, Raimundo Matule deu o exemplo de Vilankulo, onde a pista é bastante curta, o que não permite a aterragem de um Boeing 737.
“Então, a primeira marca que vai ficar é o Boeing, para as pistas mais longas, e para as mais curtas vai-se operar com o Q-400. Isto significa que a LAM vai passar, gradualmente, a operar com essas duas marcas”, explicou o responsável ao ‘Notícias’ de Maputo.
No ano passado o IGEPE injetou na LAM cerca de 700 milhões de meticais (cerca de 9,5 milhões de euros). “Devido à crise originada pela pandemia da covid-19, as receitas da empresa caíram a pique, um cenário que ainda não tem fim à vista, pelo menos enquanto a situação pandémica e as restrições dela decorrentes persistirem”, diz o jornal moçambicano.
Mesmo diante deste cenário, Matule considerou nas suas declarações ao ‘Notícias’ que, neste momento, “a privatização da LAM está fora de hipótese, até porque a companhia tem uma missão estratégica para manter o país sempre ligado, via aérea, mesmo nas situações em que algumas províncias não oferecem rotas economicamente viáveis”.
A LAM adquiriu, entre 2009 e 2012, três aviões Embraer E-190AR à fábrica brasileira, que passaram a ser utilizados nas suas rotas domésticas e para aeroportos de outros países africanos, nomeadamente para Angola e República da África do Sul.
Em novembro de 2013 o avião mais recente, o C9-EMC (MSN 581), que entrara ao serviço, novo de fábrica, em 1 de novembro de 2012, foi perdido num acidente, provocado pelo comandante da aeronave que se trancou no cockpit e cometeu suicídio. O aparelho caiu em território da Namíbia, tendo morrido os 28 passageiros e seis tripulantes que viajavam entre Maputo e Luanda (Angola).
Disponíveis para venda estão o C9-EMA (MSN 301) e o C9-EMB (MSN 309), recebidos de fábrica em agosto e setembro de 2009, respectivamente.