A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique prevê retomar os voos de Maputo para Lisboa no próximo dia 20 de novembro, anunciou nesta quinta-feira, dia 14 de setembro, o administrador da empresa sul-africana que o Governo de Moçambique colocou desde abril deste ano a gerir a companhia aérea de bandeira.
“Estamos a prever retomar essa rota a 20 de novembro. É vital e vai mudar o rosto da companhia”, afirmou em Maputo, num encontro com jornalistas, o diretor-executivo da Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous, citado num despacho da delegação local da agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.
A LAM já tinha assumido anteriormente que está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e horários de gestão de slot, para onde deixou de voar desde 2012, tendo então perdido essas licenças.
Theunis Crous acrescentou que a companhia já negociou também o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.
“É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável”, insistiu.
Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.
Neste contexto, o gestor disse que espera chegar a acordo com o Governo moçambicano para um contrato de gestão “melhor” no futuro, tendo em contas as condições iniciais acordadas, que envolvem ainda a necessidade de redução de custos e aumento de receitas.
A FMA assumiu a gestão da companhia aérea estatal moçambicana em abril e reconheceu que a LAM tinha uma dívida estimada em cerca de 300 milhões de dólares (277,7 milhões de euros), de acordo com dados fornecidos na altura.
A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.