LATAM Airlines passa momento complicado na América Latina

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Vila Galé - NewsAvia _ Março

A LATAM Airlines, que é o maior grupo de transporte aéreo comercial da América Latina, passa presentemente uma fase que é vista com alguma inquietação pelos analistas económicos e financeiros, sobretudo em Santiago do Chile, onde a empresa mãe, a LAN Airlines, tem maior implantação.

O jornal digital ‘Reportur.com’, com edições no México Colômbia e Argentina, tem destacado nos últimos meses que a evolução do negócio, depois da aquisição da companhia brasileira TAM Linhas Aéreas, não tem sido a esperada, com alguns revezes que atrasam a estruturação do grupo como companhia multinacional e panamericana. As razões referidas são, nomeadamente, alguma desorganização existente ao nível de quadros e estrutura logística da companhia, hoje com quadros muito jovens, entre outros problemas que nada têm a ver com o Brasil, mas que têm influenciado o normal desempenho e consolidação do projecto LATAM, tal como foi pensado pelos irmãos Cueto, depois da aquisição da maioria do capital da TAM aos herdeiros do comandante Rolim Amaro, fundador da companhia e seu líder durante vários anos.

O ‘Reportur’ tem sustentado, desde o ano passado, que Ignacio Cueto, presidente da LATAM, terá afirmado por várias vezes que encontrou “a TAM mais deteriorada do que imaginava” e que a actual baixa do real no mercado cambial, assim como a necessidade de reestruturação da TAM, até ao nível das terminais dos aeroportos mais importantes do Brasil, tem baixado o valor de mercado da empresa.

São ainda apontados os efeitos perniciosos de algumas greves no Chile (a LATAM despediu nos últimos 12 meses 618 tripulantes e executivos de vendas), a baixa do valor dos títulos da LATAM Airlines em Bolsa de Valores (menos 20,75%) e um necessário recurso aos despedimentos para viabilizar o grupo, como medidas que estão a complicar o projeto e a atrasar a sua implementação. Para já, sabe-se, e isso aponta o ‘Reportur’, que a fundação da nova marca que irá designar toda a operação comercial das companhias do grupo, entre elas da LAN Chile e da TAM Linhas Aéreas, prometida para o primeiro trimestre deste ano (Ver notícia relacionada) foi adiada, enquanto os responsáveis pela LATAM procedem a mais alguns acertos na sua estrutura.

No ano passado o grupo LATAM Airlines teve um prejuízo de 109,8 milhões de dólares, 61% mais baixo do que os 281,1 milhões de dólares de 2013. Mesmo assim, persiste um acumular de dívida, numa ocasião em que os lucros seriam muito mais interessantes para os gestores e para a saúde financeira do grupo. A tudo isso acresce a recente reforma tributária em curso no Chile que nos últimos meses teve um impacto de 150 milhões de dólares na LATAM. “Há um clima complexo no Chile”, reconheceu Ignacio Cueto, que agora junta estas queixas à surpresa, pelos vistos pouco agradável, que teve aquando da aquisição da TAM.

Contudo, os irmãos Cueto não estão arrependidos, pois sabem que a companhia brasileira iria ser vendida pela família Amaro, e se não fosse para eles, seria para outro grupo concorrente, que ficaria com excelentes slots em todos os principais aeroportos brasileiros, duma forma especial, naqueles que ligam o Brasil à Europa e à América do Norte. E o valor dos slots são, para uma companhia aérea, parte fundamental no negócio da aviação comercial internacional.

 

  • LINK para matéria publicada no Reportur.com em língua espanhola.

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