A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique é hoje uma companhia aérea que regista um nível de pontualidade acima da média no setor, anunciou o diretor-geral da empresa, João Carlos Pó Jorge.
“Desde a terceira semana de agosto começámos a notar uma melhoria, em setembro já tivemos uma ‘performance’ muito boa e verificámos que em outubro manteve-se: atingimos 90% de pontualidade, quando a indústria anda a volta de 79% a 80%”, referiu o responsável pela companhia estatal moçambicana, em conferência de imprensa, em Maputo, quatro meses depois de assumir as funções.
Antes a companhia apresentava níveis de pontualidade muito baixos, com constantes críticas na imprensa moçambicana e entre os seus passageiros. Organizar um mapa de horários estável e que possa ser cumprido com pontualidade foi uma das prioridades da nova equipa que dirige a LAM, desde julho passado, e que reforçou a atenção dada a quaisquer atrasos “superiores a cinco minutos”, disse João Carlos Jorge.
A nova gestão aligeirou a estrutura executiva da empresa, sem despedimentos, mas com redistribuição de pessoal e renegociou acordos com credores, nomeadamente para fornecimento de combustíveis, pelas empresas ‘Puma’ e ‘Petromoc’, que estavam em rutura, provocando atrasos e cancelamentos na primeira metade deste ano.
O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) injetou liquidez e a empresa procura agora repor fundos para atingir o ponto de equilíbrio entre despesas e receitas, em meados do próximo ano, acrescentou João Carlos Pó Jorge.
A companhia continua a procurar um parceiro que tenha “capital para investir” em novos voos e numa reestruturação da frota, composta por quatro jatos, mais três aviões de 50 lugares da subsidiária MEX, que fornece uma disponibilidade total de 429 lugares, assim como numa parceria de ligação a uma rede internacional.
Como parte da estratégia comercial, a LAM está a explorar novos mercados, como o dos estudantes, tendo em conta a extensão do país, de cerca de 2.000 quilómetros, e está também “a vender destinos em vez de voos” como, por exemplo, comercializar uma viagem à Ilha de Moçambique, em parceria com agentes turísticos, em vez de vender o voo regular para o Aeroporto Internacional de Nacala, o mais próximo da ilha, explicou o responsável pela gestão da LAM.
Empresas estrangeiras, nomeadamente do setor petrolífero, têm também mantido contactos com as Linhas Aéreas de Moçambique, para eventual contratação de serviços relacionados com toda a operação logística do investimento na extração de gás natural no norte do país, cujas obras já decorrem e deverão ser reforçadas no próximo ano.
A dinâmica neste setor poderá justificar que a capacidade da LAM cresça para 600 lugares, com mais um jato e um avião turboélice, acrescentou João Carlos Pó Jorge.