Depois de dois anos de pandemia, as férias de Verão neste ano estão a provocar uma forte movimentação nos aeroportos mundiais, nomeadamente na Europa, onde se verificam fluxos de passageiros quase semelhantes aos de 2019. Este ano com vários constrangimentos, já que, quer os aeroportos, quer as companhias aéreas, se encontram bastante desfalcados de pessoal, dispensado ou despedido, aquando do decréscimo ou quase inexistência de voos.
O Aeroporto de Londres/Heathrow é um desses casos paradigmáticos, onde nas últimas semanas aconteceram diversos episódios desagradáveis com passageiros, cancelamentos de voos em massa e atrasos de muitos dias nas entregas das bagagens, bloqueadas, não só nos armazéns do aeroporto londrino, como também em outros destinos.
Numa nota de imprensa distribuída nesta terça-feira, dia 2 de agosto, os responsáveis pela gestão do maior aeroporto da área metropolitana de Londres, revelam que em dez dias consecutivos, passaram nos terminais de Heathrow mais de um milhão de passageiros. O maior movimento desde o Natal de 2019. Os principais destinos até agora foram Nova Iorque e Los Angeles (nos EUA) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
Este é o primeiro Verão desde antes da pandemia que Heathrow está totalmente operacional, com os quatro terminais a acolherem passageiros e ambas as pistas abertas. Estima-se que 13 milhões de pessoas passem neste aeroporto entre julho e setembro, entre partidas e chegadas.
Não obstante os constrangimentos, com grande eco na imprensa nacional e internacional e sob contínuos protestos da parte das companhias aéreas (também com as suas culpas…) e dos viajantes, a gestão do Aeroporto de Londres/Heathrow explica na nota de imprensa que começou a planear a movimentação de Verão em novembro passado, quando contratou 1.300 profissionais. A maioria dos novos empregados trabalha na segurança, que tem agora a mesma capacidade que no Verão de 2019.
Os responsáveis pelo aeroporto asseguram que 80% dos passageiros conseguem passar os procedimentos de segurança em Heathrow em 20 minutos ou menos, embora as filas de espera possam ser mais longas e demoradas nos horários mais movimentados.
Por que a reabertura de Londres/Heathrow, após a pandemia, ainda não conseguiu cativar um número de viajantes em negócios ou corporativos maior ou sequer aproximado de 2019, nota-se que há muito mais passageiros em viagens de lazer, alguns pouco habituados aos controlos de segurança e menos familiarizados com as regras das viagens aéreas. A empresa que gere o aeroporto queixa-se que essa circunstância atrasa a fluidez do atendimento no check-in e nos controlos de segurança. Por exemplo, o excessivo transporte de líquidos nas malas de mão. Cerca de 60 por cento das bagagens detetadas e abertas para inspeção transportam líquidos, uma situação que poderia ser evitada e que atrasa os embarques, com efeito dominó em toda a programação aeroportuária.
Só no passado mês de julho, o aeroporto estima que os passageiros tenham passado mais 2,1 milhões de minutos bloqueados nos controlos de segurança e rastreio de bagagens de mão em Heathrow devido a transportarem líquidos embalados em sacos de mão em vez de os colocarem num saco de plástico selado. Uma perda de tempo que poderia ter sido evitada.
Através das redes sociais os aeroportos da área metropolitana de Londres têm feito, nas últimas semanas, uma intensa campanha, alertando os passageiros para estes eventuais constrangimentos, sensibilizando-os nomeadamente para as boas práticas e comportamentos adequados a um despacho mais rápido antes dos embarques.