A Lufthansa vai ceder 24 slots (faixas horárias autorizadas para aterragem e descolagem) nos aeroportos de Frankfurt e de Munique, devido às condições impostas (e negociadas) com a Comissão Europeia para a companhia alemã aceitar um resgate de nove milhões de euros do Estado Alemão.
Analistas do sector do transporte aéreo na Europa dão como certos que os dois grandes concorrentes aos slots que serão abandonados pela Lufthansa são as companhias de baixo custo Ryanair e EasyJet.
O processo para atribuição desses espaços, válidos ainda durante um ano e meio, decorrerá em breve. O curioso é que a Ryanair tem voos para Frankfurt e não tem para Munique, enquanto com a sua concorrente EasyJet acontece precisamente o contrário: tem apenas voos para Munique.
Na verdade ainda não se registou qualquer manifestação pública de interesse das referidas companhias de baixo custo, mas os analistas já vão avisando que poderá surgir a húngara Wizz Air, que nas últimas semanas, neste período de retoma pós-pandemia, tem mostrado um reposicionamento muito rápido em diversos aeroportos europeus, nomeadamente no centro e leste do Velho Continente, e também com a abertura de uma subsidiária no Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), onde acaba de anunciar a colocação de seis aviões (o dobro do que tinha previsto no final do ano passado), e o início de operações neste mês. Com perspectivas muito alargadas de voos para países do Médio Oriente, subcontinente indiano e países da África Oriental.
De qualquer modo, e embora Angela Merkel tivesse lutado o máximo possível para a companhia alemã não perder os 24 slots nos dois aeroportos do País, o certo é que a Lufthansa perderá rotas no espaço regional europeu, mas mantém uma posição de grande supremacia nessas duas estruturas aeroportuárias, onde detém autorizações para 300 aterragens diárias.
- Foto de abertura © Munich Airport