O Governo Regional da Madeira defende “a existência de horários mais flexíveis e dinâmicos” para as ligações regulares Porto Santo-Madeira, rota interinsular subordinada a Obrigações de Serviço Público (OSP) que irá a concurso no início do próximo ano. Um comunicado do gabinete do secretário regional da Economia, Turismo e Cultura destaca que esses horários devem estar em consonância com os voos provenientes de Lisboa, para que o Aeroporto da Madeira sirva de hub ao tráfego que se dirige para a ilha do Porto Santo.
O secretário regional Eduardo Jesus defende também que “o avião a ser utilizado nesta operação venha a ter uma maior capacidade de lugares e possa permitir que os passageiros levem consigo, no mesmo voo, a respetiva bagagem, isto sem esquecer que a aeronave tem de ter condições de operacionalidade para os passageiros com mobilidade reduzida, algo que não acontece no presente”.
O comunicado surge a propósito do próximo lançamento do concurso para um novo período de concessão da linha aérea entre o Porto Santo e a Madeira. Trata-se de uma responsabilidade do Governo da República Portuguesa, mas Lisboa solicitou ao Governo Regional a auscultação das várias entidades com interesse na matéria, concretamente das forças vivas e do poder local do Porto Santo. É esse trabalho que está agora a ser feito, sem prejuízo de outras diligências que possam ser feitas, também, pela entidade promotora do concurso.
Até ao momento, as sugestões que já foram enumeradas pela Região envolvem a alteração dos horários e da própria aeronave que é utilizada nesta ligação, assim como a revisão do tarifário, a intercomunicabilidade do sistema e o número de ligações, entre outras.
Uma das grandes preocupações do Governo Regional e face à maior procura que se tem verificado pelo Porto Santo como destino turístico é a garantia de uma aeronave com maior capacidade e boas condições de conforto para os passageiros, além de um horário de acordo com as principais ligações de Lisboa e do Porto para a ilha da Madeira. O secretário regional considera, ainda e entre outras questões, a necessidade de uma revisão dos preços praticados, “atualmente pouco competitivos e penalizadores, também, para os residentes no Porto Santo”. Finalmente e no que concerne ao número de ligações, a Região Autónoma defende uma revisão tendente a encontrar uma solução a vigorar todo o ano.
A atual concessão, que foi atribuída pelo prazo de três anos à empresa Aerovip, termina no dia 31 de maio de 2017. A Aerovip começou a voar entre o Porto Santo e a Madeira no dia 1 de janeiro de 2014, substituindo a SATA Air Açores que, nessa ocasião alegou que não tinha possibilidades de continuar a prestar esse serviço no qual tinha destacado um dos seus dois Bombardier Q200, com capacidade para transportar 37 passageiros. De forma transitória a Aerovip manteve-se até final de maio desse ano a fazer o serviço, contratada pelo Governo da República, até ganhar o concurso, no qual foi o único concorrente. Pela concessão da linha a Aerovip – Companhia de Transportes e Serviços Aéreos, S. A., empresa do grupo português Seven Air, recebeu 5.577.900 euros, verba estabelecida nas condições do contrato de Obrigações de Serviço Público. Colocou primeiro um avião Dornier 228, com capacidade para 18 passageiros, na ilha do Porto Santo, que em julho de 2015 foi substituído por um Jetstream 32, com 19 lugares.
A companhia aérea SATA Air Açores tem mostrado interesse nos últimos meses em concorrer novamente ao concurso de concessão da rota Porto Santo-Madeira, segundo apurou o ‘Newsavia’. Para já perspetivam-se dois concorrentes para o concurso de 2017, admitindo que a Aerovip é um candidato natural.
- Na imagem vemos o Jetstream 32 que é utilizado presentemente pela Aerovip na rota entre as ilhas do arquipélago da Madeira. Foto © Rui Sousa, Madeira Spotters/www.planesandstuff.blogspot.com