Mais comprido do que um campo de futebol (94,1 m) e cheio com hélio até ao limite, o Airlander 10 será a maior aeronave do mundo. Um dirigível gigante, em parte avião, em parte helicóptero, foi originalmente concebido pela companhia de design britânica Hybrid Air Vehicles (HAV) para vigilância militar do Exército dos Estados Unidos. Mas os cortes orçamentais puseram um fim ao projecto e a HAV comprou de volta a aeronave com um subsídio de 3,4 milhões de libras (4,7 milhões de euros) do Governo inglês. Graças a esta recente injecção financeira, os engenheiros e designers estão a ultimar o aparelho para os seus primeiros voos de teste, no final do ano.
Embora o conceito exista há quase um século, os dirigíveis caíram em desuso após o desastre do Hindenburg, em 1937, quando o dirigível alemão se incendiou numa tentativa de acostagem, vitimando 36 pessoas. É uma aeronave que aparenta pertencer ao passado, mas a HAV acredita que o design do século 21 que imprimiu ao dirigível vai fazê-lo voltar aos céus do Reino Unido em 2016. “O problema com as antigas aeronaves prendia-se com o excesso de tripulação, capacidade limitada de transporte e dependência das condições climatéricas. Resolvemos todos estes problemas com um novo conceito: um aparelho híbrido, um misto de asa e aeronave”, explicou Chris Daniels, responsável de comunicação e parcerias na HAV.
O Airlander 10 – assim baptizado por ter capacidade para transportar 10 toneladas – é feito de um combinado de fibra de carbono, kevlar e mylar, contando com a pressão do hélio no seu interior para lhe dar forma. Os seus motores V8, de 325 hp de potência, são alimentados a diesel e o espaçoso cockpit está configurado para acomodar um piloto e um observador, mas pode ser facilmente reconfigurado para as especificações do utilizador final. A versão actual consome 20% de um avião e o dirigível pode ser dotado com painéis solares, permanecendo no ar durante cinco dias, mesmo em condições extremas (+54 graus a -56 graus Celcius).
