Mais duas vidas salvas com o sistema CAPS da Cirrus (com vídeo)

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Por vezes dizemos na brincadeira que voar um monomotor é o mesmo que um ‘zero-motor’, porque, mais cedo ou mais tarde, ficaremos sem ele.

Foi o que aconteceu a uma família que voava num Cirrus SR22, no passado sábado, dia 5 de março, em Long Island, nos Estados Unidos da América.

 

Pai e filha não ganharam para o susto, quando o Cirrus que tripulavam perdeu potência sobre uma zona altamente edificada e sem margem de manobra para uma aterragem de emergência.

A solução drástica foi puxar pelo sistema CAPS do Cirrus, que os levou para o chão de uma forma dura, mas segura.

 

O Cirrus  SR22 desceu amparado pelo pára-quedas e impactou o solo com alguma violência. A sua estrutura contém uma célula de sobrevivência reforçada e testada para estas ocasiões que manteve a integridade do aparelho no impacto, como se consegue ver nas imagens, permitindo que o pai e a filha saíssem do avião pelo seu próprio pé, sem consequências de maior.

Esta emergência foi filmada pelos sistemas de vigilância eletrónica do edifício em frente ao local da queda, e é já o terceiro acidente deste género captado em câmara desde 2015, o que demonstra a fiabilidade e racionalidade deste sistema introduzido na aviação geral em série pela Cirrus.

Recorde-se que este sistema não foi recebido unanimemente pela indústria, tendo a sua utilidade sido posta em causa por outros fabricantes e pelos puristas da aviação geral. Ainda hoje muitos construtores optam por não  equipar de série os seus monomotores com este sistema.

O fabricante do pára-quedas balístico BRS, que desenvolveu-o em conjunto com a Cirrus, afirma que este sistema já permitiu salvar a vida a 324 pessoas.

Como funciona um sistema de pára-quedas num avião?

 

A construtora norte-americana Cirrus foi a primeira a colocar este sistema de série nas suas aeronaves. Completamente obcecada pela segurança dos seus proprietários-pilotos e passageiros, a Cirrus criou o CAPS ( Cirrus Airframe Parachute System) ou sistema de pára-quedas balístico.

Consiste num pára-quedas alojado dentro de um cilindro de aço, que é projectado através de uma carga explosiva ou foguete, daí o termo balístico.

 

O sistema é acionado por uma maneta vermelha que está no teto da aeronave como mostra a foto.

Puxadro-Vermelho-paraquedas-Cirrus

 

Em seguida o disparo projecta o pára-quedas através de uma escotilha preparada para o efeito no topo da aeronave. À medida que o foguete projecta o pára-quedas para a parte de trás da aeronave os cabos que seguram o pára-quedas à estrutura começam a sair da fuselagem. Em segundos o pára-quedas, com 65 polegadas de diâmetro, abrir-se-á e controlará o ritmo de descida do avião até ao solo.

O impacto no solo é amortecido através do trem de aterragem especial, concebido para aguentar cargas enormes, pela estrutura da célula de sobrevivência do Cirrus (CEAT – Cirrus Energy Absorbing Technology) e pelo assentos especiais.

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