Procuradores do Ministério Público na cidade de Istambul, na Turquia, ordenaram a detenção dos dois pilotos do avião comercial da Pegasus Airlines que se despenhou na quarta-feira, dia 5 de fevereiro, no Aeroporto Sabiha Gökçen, naquela cidade, logo após terem alta hospitalar, informou nesta quinta-feira, dia 6, o site de notícias ‘T24’.
Os pilotos – o comandante, de nacionalidade turca, e o co-piloto, de nacionalidade holandesa –, serão investigados por suspeita de causar a morte de três pessoas e ferimentos em outras 180, por negligência.
A agência noticiosa estatal ‘Anadolu’ noticiou que o co-piloto ficou gravemente ferido e está a ser tratado no Hospital Americano, em Istambul. O comandante também foi hospitalizado, mas os seus ferimentos são mais ligeiros.
A Procuradoria-Geral de Istambul também exigiu que os telefones celulares dos dois pilotos fossem apreendidos. Os procuradores já interrogaram dois agentes de controlo de tráfego aéreo e dois funcionários de terra do aeroporto. Serão também ouvidos no mesmo processo de averiguações os pilotos de outros dois aviões que decidiram abortar as aterragens devido ao mau tempo no aeroporto, pouco antes do voo da Pegasus ter saído da pista.
A torre de controle do Aeroporto de Istambul/Sabiha Gökçen alertou os pilotos sobre as más condições meteorológicas, dizendo que os pilotos dos voos anteriores tinham abortado as aterragens, face ao temporal que se fazia sentir.
Alguns sobreviventes do acidente disseram à agência ‘Anadolu’ que a descida do avião fez-se a uma velocidade muito rápida, segundo eles mais do que é normal. Contaram que o avião saltou após tocar a primeira vez na pista e que logo se imobilizou numa vala quebrando-se em três seções. Gerou-se pânico, porque temiam que além do acidente ainda o avião pudesse arder. Quem conseguiu saiu logo. Os outros esperaram a chegada das equipas de resgate.
Após o acidente, o presidente executivo da Pegasus Airlines, Mehmet Tevfik Nane, realizou uma conferência de imprensa. Nane, que chorou em alguns momentos do seu discurso, disse que as caixas pretas da aeronave dariam certamente resposta para todos saberem o que aconteceu.
“Não é fácil falar aqui quando há mortes, danos, ferimentos”, comentou Nane. “Há toneladas de perguntas. Como isso aconteceu? Por que isso aconteceu? ”, acrescentou dizendo que a companhia assumirá as suas responsabilidades, e que todas as informações serão compartilhadas com o público, quando disponíveis no futuro.
O presidente da Pegasus Airlines disse que os pilotos da Pegasus foram “encorajados” e “treinados” para evitar riscos, fazer abordagens estáveis, contornar os desembarques, se necessário, e desviar para aeroportos alternativos. Garantiu ainda que as preocupações de segurança da companhia sempre estiveram acima dos padrões da União Europeia.
O governador de Istambul anunciou na noite desta quinta-feira, dia 6 de fevereiro, que dos feridos hospitalizados na noite de quarta-feira, 92 tinham tido alta durante a tarde, e que 88 mantinham-se em tratamento. Entre estes há 14 que estão internados em enfermarias de cuidados intensivos.