O austríaco Niki Lauda, antigo piloto e campeão mundial de Fórmula 1 por três vezes, morreu nesta segunda-feira, dia 20 de maio, com 70 anos de idade, anunciou a família.
Nos últimos anos o ex-campeão, que ganhou duas provas mundiais depois de um grave acidente (1976) que o marcou fisicamente, teve alguns problemas de saúde, os mais graves dos quais em 1997 e 2005 quando teve de fazer transplantes de rins. Também já tinha feito um transplante de um pulmão e fazia hemodiálise. No início do corrente ano teve um problema respiratório e estava sob vigilância médica constante. O jornal britânico ‘The Mirror’ noticiou na sua edição online que Niki Lauda faleceu durante a noite sem sofrimento.
O popular corredor de Fórmula 1 foi também um homem dedicado à Aviação Comercial nos últimos 30 anos de vida. Em 1979 fundou a Lauda Air, com sede em Viena de Áustria, empresa que começou a operar em 1985, primeiro com aviões a hélice. Quatro anos depois a Lauda Air dedicou-se especialmente aos voos de longo curso para alguns países asiáticos e para a Austrália, tendo adquirido os primeiros Boeing 767-300ER. Niki Lauda vendeu, em 2001, a sua empresa aérea à Austrian Airlines, companhia de bandeira do seu país, passando a funcionar como uma subsidiária para o transporte não regular, nomeadamente transporte de austríacos e alemães para destinos de férias e de lazer. As duas empresas fundiram-se em 2005.
Niki Lauda fundou depois, em 2003, a Niki, companhia dedicado aos voos fretados e para operadores turísticos. Tinha sede em Schwechat e base operacional no Aeroporto Internacional de Viena. Um ano mais tarde fez uma parceria com a Air Berlin, a segunda maior companhia aérea da Alemanha, que ficou com todos os direitos de operação e geria toda a rede de voos, frota e pessoal. Acabou em 2018 depois da Air Berlin ter declarado bancarrota.
Com a crise da Air Berlin, já no decorrer de 2016, a Niki (que entretanto passara a designar-se por Flyniki) foi adquirida em 49% pelo grupo de aviação árabe Etihad, dos Emirados Árabes Unidos. Um negócio que não salvou a companhia mãe, neste caso a Air Berlin, que arrastou as duas empresas para a bancarrota.
Em janeiro de 2018, Niki Lauda surpreendeu o mercado e apresentou a melhor oferta no leilão para aquisição da massa falida da Flyniki, readquirindo a companhia que tinha fundado, e quando já estava fora do negócio há mais de uma década. Comprou em nome de uma outra empresa que, entretanto, tinha criado na Áustria, a Laudamotion. Com uma frota de 11 aviões voltou a voar com esta designação, com um acordo comercial com a Ryanair, a maior empresa europeia de baixo custo, que acabou por comprar a Laudamotion e toda a sua rede de operações.
Niki Lauda voltou a sair da Aviação Comercial, no início deste ano, quando já estava muito doente. Foi piloto comercial e comandante de linha aérea certificado, ao serviço da extinta Lauda Air, em todos os tipos de aviões que estiveram ao serviço da empresa.
Desde que deixou a Fórmula 1 teve sempre jatos executivos para as suas deslocações. Em março passado a Bombardier anunciou que o ex-campeão mundial trocaria o seu Global 6000 por um Global 7500, um dos mais modernos aviões executivos, de última geração, fabricado pela fábrica canadiana, e que contou com a participação de Niki Lauda no seu lançamento mundial.