Os motores de grande número de aviões de passageiros da Airbus vão ser removidos e inspecionados nos próximos meses, depois de o fabricante de motores ‘Pratt & Whitney’ ter descoberto um problema que pode provocar um desgaste mais rápido das peças.
As ações da RTX Corp., empresa-mãe da ‘Pratt & Whitney’, caíram na terça-feira, dia 25 de julho, 11%, depois de a empresa ter divulgado o problema, que aumentará potencialmente o stress das companhias aéreas durante o resto da agitada época de viagens de Verão.
A RTX afirmou que uma “condição rara” no pó metálico utilizado para fabricar certas peças produzidas entre finais de 2015 e meados de 2021 exigirá uma aceleração das inspeções à frota. O motor envolvido é mais frequentemente utilizado para alimentar o Airbus A320neo, um avião de médio porte popular para voos de curta e média distância.
A empresa declarou que prevê que cerca de 200 motores ‘Pratt PW1100’ terão de ser retirados e inspecionados até meados de setembro e que outros 1.000 motores terão de ser inspecionados nos próximos nove a 12 meses.
Muitos aviões da família Airbus A320 utilizam motores da CFM, mas cerca de 800 aparelhos A320 e A321 têm motores ‘Pratt’, segundo a empresa de dados aeronáuticos ‘Cirium’. A companhia aérea indiana de baixo custo IndiGo tem quase 140, a Air China tem 43, a alemã Lufthansa tem 37 e a mexicana Volaris tem 35.
Entre as transportadoras americanas, a Spirit Airlines recebeu 34 aviões, a Hawaiian Airlines tem 18 e a JetBlue Airways 16, segundo a Cirium.
Numa reunião com analistas, o diretor de operações da RTX, Christopher Calio, afirmou que o problema não afeta a produção atual e que a ‘Pratt’ vai continuar a fabricar motores.
A Pratt tinha planeado programar “inspeções reforçadas” durante as paragens normais de manutenção, mas com base em descobertas recentes, decidiu que as inspeções – centradas em discos de turbina de alta pressão – precisavam de ser aceleradas, disse Calio.