Notícia preocupante – Pilotos da Air Asia não tinham formação suficiente

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É no mínimo uma notícia preocupante a que desde ontem, terça-feira, 1 de dezembro, circula através das agências noticiosas internacionais: os pilotos do avião da companhia de baixo custo Air Asia que se despenhou no Mar de Java (Indonésia) em dezembro do ano passado, matando 162 pessoas, “tinham formação deficitária para lidar com situações de emergência”.

O relatório final da agência nacional de segurança nos transportes da Indonésia, conhecido na terça-feira, indicou que uma falha no sistema que controlava o leme do Airbus A320-200 esteve na origem uma série de acontecimentos que geraram o acidente (LINK notícia relacionada).

No entanto, refere o relatório, foi a decisão do piloto de reiniciar o sistema, que desligou o piloto automático do avião, e a inexperiência de voo em situações inesperadas e críticas que fez com que a aeronave ficasse numa situação da qual não conseguiu recuperar.

Segundo a investigação, “a tripulação não estava treinada para a recuperação” do voo numa situação em que a atitude ou velocidade da aeronave fique fora dos padrões normais de operação, acrescentando que o avião entrou numa “condição de bloqueio prolongado que foi além da capacidade de recuperação da tripulação”.

O relatório disponibiliza os mais recentes pormenores sobre a queda do avião a 28 de dezembro do ano passado, durante o que deveria ter sido um voo de rotina entre a cidade indonésia de Surabaia e Singapura.

Os corpos de 56 pessoas nunca foram recuperados, apesar de uma extensa operação internacional de busca.

Os investigadores tinham inicialmente atribuído o acidente às más condições atmosféricas, mas novas descobertas mostram que falhas no equipamento e formação desadequada deram também o seu contributo.

Uma falha mecânica no sistema de leme – que já tinha causado problemas 23 vezes no ano anterior – lançou repetidos alertas aos pilotos.

O copiloto assumiu o controlo da aeronave enquanto o comandante tentava resolver a falha, mas não foi capaz de lidar com a situação e o avião despenhou-se.

Ficam explícitas ainda no relatório as deficiências de manutenção da companhia, já que as avarias eram muito frequentes e, por vezes, mal acolhidas por esses serviços que deixaram a aeronave continuar a operar sem executarem as necessárias reparações. Outras notícias referem que os computadores de bordo tinham registado avarias recorrentes nos últimos voos.

Tudo junto, a má formação dos pilotos e a leviandade dos serviços de manutenção, contribuiu de forma decisiva para a ocorrência da tragédia.

 

  • Notícia com base em relatos das agências noticiosas internacionais transcritas em diversos meios, nomeadamente da Lusa – Agência Portuguesa de Notícias

2 COMENTÁRIOS

  1. “O copiloto assumiu o controlo enquanto o piloto tentava resolver a falha”… frases deste tipo são comuns na imprensa, infelizmente. Contudo, choca-me mais que este tipo de disparate aconteça num site dedicado exclusivamente ao tema da aviação. Vou tentar esclarecer (tenha a bondade de partilhar com os seus colegas para que não haja dúvidas): no cockpit de um avião comercial comum (como neste caso) estão presentes 2 pilotos! (OMG!) Um com funções de Comandante, sentado à esquerda, e outro com funções de Oficial Piloto (vulgarmente designado de copiloto), sentado à direita. Têm a mesma formação, mas normalmente o Comandante é o mais experiente, e tem a última palavra em todas as decisões necessárias, assim como grande parte da responsabilidade. De resto, em situações normais, têm tarefas muito semelhantes, alternando as vezes de Pilot Flying (PF, quem voa o avião) e Pilot Monitoring (PM, quem monitora o voo, e assume as comunicações rádio, entre outras tarefas). Como tal, a frase acima mencionada deveria ser escrita da seguinte forma: O copiloto assumiu o controlo enquanto o comandante …. Da forma como está escrita, não faz sentido. Faria se estivéssemos a falar de ralis por exemplo, em que existe realmente um piloto e um copiloto, com funções distintas. Num avião existem 2 pilotos, um comandante, e um copiloto. Espero ter-me feito entender, e para quem não conhece a aviação é um erro fácil e comum, mas aqui não devia ser… Os melhores cumprimentos, bons voos a todos, e um feliz Natal!

    • Naturalmente que estes erros acontecem, porque aproveitamos partes dos textos distribuídos pelas agências noticiosas. Por vezes, como foi este caso, a atenção está mais centrada em colocar rapidamente a notícia online e os ‘apuros’ da linguagem (escrita) surgem depois, ou através das observações dos nossos leitores, sobretudo pilotos e profissionais da aviação, que estão mais atentos a estas questões. Tem toda a razão a sua observação, que agradeço repetidamente a todos os que nos corrigem e vou de imediato proceder à correção. Cumprimentos Catanho Fernandes, editor executivo.

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