“Estamos à beira de uma nova era supersónica” nas viagens aéreas, afirmou o presidente da Aerion Corp., Bob Barents, no Wichita Aero Club. A Aerion, em parceria com a Airbus, está a desenvolver o jacto executivo supersónico AS2, capaz de voar a uma velocidade superior a Mach 1.5 e cuja certificação está estimada para 2023. A montagem final deverá ser levada a cabo nos Estados Unidos, revelou. Os estudos de mercado da empresa apontam para uma procura de 600 jactos executivos supersónicos nos próximos 20 anos, mesmo ao nível dos 120 milhões de dólares (107,2 milhões de euros) do trimotor AS2 e com a restrição de o avião ter de ser operado a velocidades sub-sónicas sobre terra, salientou. “Nos primeiros 10 a 15 anos, o mercado supersónico vai ser constituído por empresários, indivíduos de muito elevado rendimento e, com o passar do tempo, mais clientes empresariais, assim como talvez governos”, frisou Barents. “Estes serão os pioneiros da nova era supersónica”.
Falando sobre a motorização do AS2, o mesmo responsável disse que a Aerion procura um motor que vá de encontro aos standards de emissões e ruído Stage 4. “Tivemos algumas conversas frutuosas com os principais fornecedores de motores”, adiantou Bob Barents, “sobre os quais teremos algo mais a dizer muito em breve”. Segundo Barents, a maior preocupação da companhia não é a minimização da onda de choque sónica, dado que o AS2 pode alcançar as 5000 milhas náuticas (9260 m) em Mach 0.95 ou em Mach 1.4, mas cumprir com as normas de ruído dos aeroportos. “Sem uma alteração dos regulamentos comunitários de ruído, a nova geração de aviões supersónicos não sairá literalmente do chão”, afirmou. “É por isso que defendemos nas nossas conversas com a NASA, a FAA e as agências internacionais empenhadas no desenvolvimento de um standard apropriado de ruído para os aviões supersónicos, um standard equivalente ao nível de redução exigido a um avião subsónico”, conclui.