Novos donos da TAP não cedem à pretensão do Governo de Lisboa

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Humberto Pedrosa e David Neeleman, os dois sócios do consórcio ‘Atlantic Gateway’ que adquiriu 61% do capital social da TAP na operação de privatização do grupo aéreo português, estiveram reunidos nesta quinta-feira, dia 17 de dezembro, com o ministro do Planeamento, em Lisboa, para ouvir de viva voz que o Governo Português pretende recuperar a maioria do capital da empresa, seguindo a pretensão do primeiro-ministro António Costa, anunciada durante a campanha eleitoral do Partido Socialista e, depois, reafirmada após a posse do novo Executivo.

No final do encontro, tanto Pedrosa como Neeleman afirmaram que vão cumprir o acordo assinado com o anterior Executivo a 12 de Novembro deste ano, e que lhes garante 61% do capital da transportadora aérea.

Segundo as edições online da imprensa portuguesa os novos donos da TAP mostraram-se indisponíveis para se tornarem sócios minoritários, com apenas 49% do capital, tal como pretende o Executivo de António Costa. “Já pagámos muita dívida, tomámos decisões nas últimas duas semanas, mais do que em todos os anos antes”, afirmou David Neeleman no final do encontro.

Esta reunião tem lugar uma semana após o ministro Pedro Marques ter revelado que o Governo já deu início ao processo negocial que visa recuperar a maioria do capital da transportadora aérea para o Estado. “Mantemo-nos firmes e determinados em recuperar a maioria do capital para o Estado”, declarou, na altura, o ministro do Planeamento.

Por agora, não está agendada mais nenhuma reunião entre o consórcio ‘Atlantic Gateway’ e o Governo português.

No final do encontro desta quinta-feira, David Neeleman deixou alguns alertas. “A TAP tem uma situação difícil no Brasil e em Angola. É uma empresa que deve muito dinheiro. A TAP tem de ser salva. Estamos dia-a-dia a lutar por isso”.

O empresário norte-americano, fundador da AZUL Linas Aéreas Brasileiras, disse ainda que foi explicado ao Governo “todos os desafios que temos e que todo o dinheiro que colocámos e vamos colocar tem risco”.

“Nós assinámos um contrato com o Governo e nós assinamos esse contrato com muitas restrições”, frisou David Neeleman, dando como exemplo que com o investimento na TAP o agrupamento assinou “um acordo de que não podemos tirar nem um euro de lucro até toda a dívida estar paga”.

“Estamos a investir muito nesta causa de salvar a TAP”, afirmou ainda o responsável, que por várias vezes sublinhou que “vamos cumprir o nosso contrato”.

Para ficar com a maioria do capital da TAP, a Atlantic Gateway ofereceu 10 milhões de euros pelas acções da companhia aérea, tendo-se comprometido ainda a injectar 338 milhões de euros de capital, dos quais 150 milhões de euros entraram na empresa logo após a assinatura do contrato de compra com a Parpública.

 

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