Os operadores turísticos portugueses com voos charter para o Aeroporto de Enfidha-Hammamet, na Tunísia, “cancelam todas as suas operações, com efeitos imediatos, assegurando, contudo, o regresso de todos os clientes que ali permanecem”, informou neste fim-de-semana a Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que especifica referir-se às operações programadas pelos operadores ‘Viajar Tours’, ‘Travelers’, ‘Travelplan’ e ‘Soltrópico’.
A informação indica ainda que esses operadores turísticos “permitirão que os clientes cancelem as suas reservas sem despesas, bastando para tal que as agências de viagens enviem o pedido de cancelamento apresentado pelo cliente”.
“Os operadores turísticos acima referidos garantem também o reembolso dos montantes entretanto recebidos dos Clientes, sendo aplicável o mesmo procedimento referido no número anterior”, acrescenta o comunicado da APAVT, que salienta que “esta decisão, tomada por todos os operadores nossos associados envolvidos em operações charter para este destino, vai ao encontro das preocupações manifestadas pelos Clientes que os operadores e agências de viagens não podem deixar de tomar em consideração”.
A associação portuguesa realça ainda que “a posição ora assumida pelos operadores turísticos é a expressão máxima das vantagens que os clientes/consumidores têm em utilizar os serviços dos operadores turísticos e agências de viagens, que têm sempre presente a defesa, dentro das possibilidades, dos seus interesses”.
“É manifestamente com pesar que a APAVT e estes seus associados se vêm forçados a abandonar operações para a Tunísia, quando este País tem reconhecidamente vindo a fazer um enorme esforço na recuperação económica por via do Turismo – Indústria da Paz – e no sentido da própria Civilização de uma forma geral”, diz ainda o comunicado que começa por enviar as condolências ás famílias de todas as vítimas “deste odioso massacre”, uma delas uma portuguesa (para ver mais clique aqui).
Fontes da operação turística portuguesa indicaram ao portal de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’ que o cancelamento dos charters não se aplica aos voos para a ilha de Djerba, que são promovidos pelo operador ‘Travelers’.
O cancelamento dos voos para o Aeroporto de Enfidha-Hammamet surge na sequência do atentado terrorista que na sexta-feira passada, dia 26 de Junho, matou 38 turistas estrangeiros na praia de Sousse/Hammamet, entre eles uma portuguesa de 76 anos que se encontrava de férias naquela praia tunisina.
Neste fim-de-semana realizaram-se cerca de 20 voos extraordinários de companhias aéreas contratadas por operadores turísticos europeus para retirada de turistas que não quiseram permanecer na Tunísia, não obstante o atentado registado tenha sido uma iniciativa de um único indivíduo que acabou por ser morto pela polícia. Muitos operadores anunciaram a suspensão dos voos para cidades da Tunísia, até reestruturação das suas operações de viagens de férias para aquele país do Magrebe.