O coordenador da Comissão de Trabalhadores da SATA Air Açores admite que a companhia aérea açoriana precisa de “injeção de capital” para “sair do buraco”.
A SATA, neste momento, tem um passivo bastante grande, basta olhar para o último relatório do Tribunal de Contas em que diz que o passivo da SATA ronda os 200 milhões de euros e, se nós não conseguirmos ter esse passivo resolvido, não há hipótese de sairmos do buraco onde nos encontramos”.
Jaime Pacheco falava nesta sexta-feira, dia 5 de janeiro, aos jornalistas após uma reunião com o Bloco de Esquerda/Açores, que decorreu na delegação da ilha de São Miguel da Assembleia Legislativa Regional, onde reconheceu que o Grupo SATA, constituído pela SATA Air Açores e Azores Airlines, precisa de “investimento” ou, pelo menos, da “consolidação das dívidas” para se manter de portas abertas.
“O que nós estamos a pedir é que ele (Governo Regional dos Açores) injete o dinheiro suficiente para que nós possamos pagar essa dívida ou, pelo menos, reduzi-la a uma situação que nos seja confortável e montar a operação de verão. Neste momento (a dívida) é completamente impagável pela SATA. Não temos recursos financeiros para pagar os vencimentos sem recorrer à banca, como é que podemos pagar a dívida?”, questionou.
O representante dos funcionários da companhia aérea açoriana lembra que “os trabalhadores querem fazer parte de uma solução” para a empresa, que “está tecnicamente falida” e que, por isso, aguardam o agendamento de uma reunião com Vasco Cordeiro.
“Nós pedimos no início de dezembro uma reunião urgente com o presidente do Governo Regional (dos Açores) porque a nossa preocupação nesse momento é muito grande sobre o futuro da SATA, nós não podemos esperar mais por atitudes que deviam ter sido tomadas ontem, anteontem ou talvez há um ano”, lembrou.
Os trabalhadores estão extremamente preocupados. 2017 foi um completamente atípico, numa operação que se desejava que fosse normal, regular, que nos trouxesse condições para descolar da nossa operação negativa e começar a ter outros resultados e não conseguimos porque temos de uma frota velha, houve imensas irregularidades e isso custou-nos imenso dinheiro”.