A Air Berlin, companhia alemã que se encontra em processo de falência e que deverá encerrar as suas operações no próximo dia 28 de outubro, decidiu suspender os pilotos do avião Airbus A330-200 que fez esta semana o último voo de longo curso da companhia, de Miami (EUA) para Dusseldorf, por terem executado “uma manobra desnecessária” quando chegaram à Alemanha.
O comandante da aeronave resolveu, a jeito de despedida, sobrevoar a pista e inclinar o avião para a esquerda, sobrevoando todo o edifício aeroportuário antes de pousar na segunda aproximação.
O facto foi muito comentado nas redes sociais, lendo-se nomeadamente protestos por parte de alguns dos 223 passageiros que se encontravam a bordo e que, supostamente, não estariam preparados para a manobra de ‘saudação’ dos pilotos.
Entrevistado pela cadeia de televisão alemã ZDF o comandante do voo confessou que tinha solicitado autorização à torre de controlo aéreo do Aeroporto de Dusseldorf para fazer o go-around (que em linguagem de aviadores se designa por borrego em português ou arremetida na gíria brasileira) e voltar sobre a esquerda, em caso de necessidade, tendo já em conta a tal manobra que a Air Berlin considerou “um risco desnecessário”. “O que queríamos fazer era deixar uma marca, um adeus digno e emotivo”, justificou o piloto nas suas declarações à ZDF.
As autoridades aeronáuticas alemães também decidiram abrir um inquérito sobre o já considerado incidente. Um porta-voz da companhia afirmou que é necessário saber se a segurança dos passageiros esteve em causa, pois esse é o primeiro objetivo das transportadoras aéreas.
Fontes aeroportuárias também se manifestaram surpreendidas com a atitude do piloto, já que num borrego o comandante deve conduzir a subida do avião na direção do eixo da pista, caso não haja impedimento físico.
- Veja em seguida um dos melhores vídeos colocados no Canal YouTube, que reproduz o que se passou com a despedida do voo de longo curso da Air Berlin:
Uma pena que ele não tenha sabido se despedir direito. Há lugar, avião e hora para quem quer fazer esse tipo de manobra.
Eu achei “doida” a manobra mesmo sendo arriscada. Uma pena que a Air Berlin foi a falência, uma pena!!!!
E aí? O colega se passou ou não?
Bom, na minha humilde opinião, sim. Numa mistura de low pass com arremetida, pra cima do terminal de passageiros, assumiu um risco desnecessário e desrespeitou algumas regras básicas que versam sobre voo a baixa altura.
Foi algo gravíssimo, os passageiros estiveram à beira da morte? Lógico que não. Mas não deixa de ser sim uma violação. Se amanhã eu resolver fazer a mesma coisa, pode ter certeza que vou direto pro RH.
Uma coisa que muito comandante não entende: o avião é caro e não é dele. Quer pegar um Cessninha e fazer isso em cima da sua casa? Não é inteligente, mas é bem menos grave do que fazer algo que obviamente vai contra qualquer manual, regulamento ou prática cotidiana.
A mídia faz estardalhaço com muito menos, inclusive com coisas totalmente corriqueiras, imagina o que não faria com essa molecagem do Air Berlin. Ficaram sem emprego porque a cia fechou, e tiveram as licenças cassadas por imaturidade – não me surpreenderia de todo se o copiloto tiver sido pego de surpresa pela curva à esquerda durante a arremetida, e aí caímos na máxima de que você só é copiloto quando dá tudo certo: se der errado, você vira comandante também.
É por causa de gente assim que cada dia mais, até coisas normais, como aproximações visuais, estão sendo tolhidas pelas companhias. Tem gente que simplesmente não sabe lidar com a liberdade que tem.
Moral da história, os pilotos estão perdendo a habilidade do voo manual porque a pouca liberdade que tinham de fazê-lo, levou ao abuso. Como de praxe, todos pagamos pelos erros de poucos. E uma categoria inteira acaba mal vista pela irresponsabilidade de uns e claro, pela defesa do ato por tantos outros.