Pilotos da TAP insistem na auditoria urgente à gestão da companhia aérea

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O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) insiste numa auditoria urgente à gestão da TAP Air Portugal, após a divulgação de uma notícia, na imprensa portuguesa, de que a empresa aérea atribuiu uma compensação de 450 euros a 79 quadros com carga de direção, para usar numa plataforma eletrónica de transporte.

“A notícia hoje [dia 9 de janeiro] divulgada pelo jornal ‘Correio da Manhã’ sobre a compensação de 450 euros para diretores da TAP que ficaram sem BMW, para utilizarem na plataforma Uber, é apenas mais um ato lamentável que se vem juntar a todos os outros já denunciados pelo SPAC”, considerou o sindicato, em comunicado.

Neste sentido, aquela estrutura alertou “mais uma vez, para a necessidade urgente de uma auditoria à gestão da TAP e a rápida conclusão do relatório da IGF [Inspeção-Geral de Finanças]”.

“Mais uma vez, estamos perante um ato de gestão que revela uma incoerência e um desnorte total por parte desta administração e que leva a TAP, consecutivamente, para as manchetes dos jornais pelos piores motivos”, acrescentou o SPAC, instando o novo ministro das Infraestruturas, João Galamba, a “arrumar a casa rapidamente, na defesa dos interesses da TAP, dos seus trabalhadores, do país e dos contribuintes”.

Para o sindicato, à decisão agora divulgada pelo jornal juntam-se “processos de indemnizações com cálculos mal explicados, as mentiras à CMVM e aos trabalhadores, as contratações consecutivas e duvidosas de quadros para a companhia, as encomendas dos carros depois suspensas, a mudança de instalações, os cortes salariais que não foram aplicados à CEO [presidente executiva] e elementos da administração (enquanto os restantes trabalhadores mantêm cortes de 25%)”.

“Do ponto de vista da ética e legitimidade destas medidas, consideramos que enquanto houver trabalhadores com perda de condições, não deveria haver melhoria nas condições de outros, sem que tenha havido uma renegociação das suas condições de trabalho, tal qual está a ser imposto aos restantes trabalhadores com a denúncia dos seus acordos de empresa”, apontou o SPAC.

O sindicato defendeu que a administração “demonstra uma falta de sensibilidade para gerir pessoas”, porém, considerou “que os valores que os detentores de cargos de direção estão a receber para se fazerem transportar, poderá servir no futuro, de exemplo e bitola para os demais, pois os custos com transportes são os mesmos, independentemente da função que se ocupa”.

O ‘Correio da Manhã’ avançou nesta segunda-feira, dia 9 de janeiro, que a TAP está a pagar 450 euros mensais a diretores para utilizarem na plataforma Uber.

Em resposta àquele órgão de comunicação social, a TAP disse que se trata de uma “solução transitória” e lembrou que está a “rever a política interna de mobilidade”.

Em causa está a notícia avançada pela TVI/CNN Portugal e pelo portal ‘Away’, em outubro, de que a TAP tinha encomendado uma nova frota de automóveis BMW para a administração e gestores, substituindo os da Peugeot.

O caso causou polémica e, após críticas de várias frentes, incluindo do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a companhia aérea decidiu manter a atual frota automóvel pelo período máximo de um ano, por compreender o “sentimento geral dos portugueses”, ainda que, segundo explicou, o novo contrato permitisse uma poupança anual de 630.000 euros.

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