A companhia aérea estatal indiana, Air India, acaba de perder 30 dos pilotos seniores do Boeing 787 Dreamliner. Os pilotos demitiram-se em catadupa fazendo soar os alarmes na empresa que ficou com um grave problema de pessoal entre mãos, numa altura em que a procura por voar é cada vez maior.
A transportadora investiu na formação destes pilotos há três anos, formação essa que se estendeu por vários meses mas não impôs qualquer vinculo contratual. Assim, estes trabalhadores são livres de deixar a companhia quando quiserem.
Todos os que agora abandonaram a empresa são co-pilotos experientes com uma média de 4 mil horas de voo. “Com metade destas horas de voo qualquer piloto consegue chegar a comandante numa transportadora privada. Mas na Air India a progressão na carreira é limitada e nada é mais importante para um piloto do que chegar ao comando”, afirmou um comandante da companhia que quis manter o anonimato.
Os 30 pilotos constituem um quarto da equipa que voa o Dreamliner e estão a cumprir ainda os seis meses de trabalho a que são obrigados após a demissão. A formação dos restantes pilotos terá de ser acelerada de modo a não afectar as operações, acrescentou um responsável da empresa.
A Air India quer, a partir de agora, obrigar os pilotos a assinar um contrato que os obrigue a reembolsar a empresa pelos custos de formação se estes abandonarem a companhia antes de perfazerem cinco anos de serviço. No entanto, persiste a dúvida se os pilotos já formados aceitarão assinar tal contrato, sobretudo depois de terem visto os suas ajudas de custo reduzidas em 25% nos últimos três anos.
Um instrutor meu do A310-300 sempre dizia: “One pays peanuts, one gets monkeys.” Sempre me lembro deste ditado, nessas horas, mas as empresas não parecem estar evoluindo. Os HRs persistem em suas políticas medievais e na contramão do mercado, como se não houvesse Globalização…