Portugal lidera o grupo de aeroportos do sul da Europa que, em 2023, ultrapassaram os volumes de tráfego pré-pandemia, numa recuperação distribuída de forma desigual que beneficiou as companhias de baixo custo, segundo estatísticas publicadas nesta quinta-feira, dia 1 de fevereiro.
De acordo com dados divulgados pela Airports Council International (ACI) Europe, e que corroboram os já publicados pelas companhias aéreas, os aeroportos de toda a Europa alcançaram, no ano passado, 94,6% dos passageiros que tinham registado em 2019, o último ano antes da pandemia.
Contudo, estes 2.300 milhões de passageiros, um aumento de 19% num ano, foram distribuídos de forma muito diferente em comparação com o período pré-pandemia, com a ACI Europe a apontar uma “grande divergência” entre vencedores e perdedores.
Assim, na liderança surgem os aeroportos localizados em Portugal (+12,2% face a 2019), Grécia (+12,1%) e Malta (+6,7%).
Seguem-se a Finlândia, com uma queda de 29,6% no número de passageiros, penalizada pela proximidade à Rússia, enquanto a Alemanha registou uma quebra de 22,4%, comparável à da Suécia (-21%).
O único grande país europeu que voltou a terreno positivo face 2019 (+2%) foi a Espanha, enquanto a Itália (-2%), a França (-5,4%) e o Reino Unido (-6,4%) permaneceram no vermelho.
De registar ainda, já fora das fronteiras da União Europeia, a progressão registada na Albânia (+117%) e no Kosovo (+44%) onde “as companhias ultra-low cost implantaram rapidamente a sua capacidade”, assinala a ACI Europe.
Quanto aos países que mantiveram as suas ligações com a Rússia após a invasão da Ucrânia, beneficiaram de elevados crescimentos de tráfego nos seus aeroportos, como o Uzbequistão (+110%), a Arménia (+66%) e o Cazaquistão (+51%), enquanto a Turquia não viu a frequência aumentar mais de 2,5% em quatro anos.
De acordo com a ACI Europe, outra crise geopolítica – o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023 – provocou uma queda no número de passageiros nos aeroportos daquele país no quarto trimestre (-63% face ao mesmo período de 2019), para uma média anual de -12%.
Neste contexto de “recuperação a múltiplas velocidades”, a ACI Europe, que reúne 500 aeroportos em 55 países, prevê que estes ultrapassem o número de viajantes pré-pandemia em 2024, para 101,4% face a 2019.