Portugal “ponta de lança da nova aliança Embraer-Boeing na Europa”

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Portugal pode ter um papel chave no desenvolvimento dos negócios da nova companhia criada pela fusão do negócio de construção e comercialização de aviões da Embraer com a Boeing. A construtora aeroespacial norte-americana já tinha tentado na década passada, sem sucesso, chegar à União Europeia, através da Espanha, refere o jornalista Carlos Pizá, num artigo publicado no jornal espanhol ‘El Confidencial’.

O articulista diz que Portugal pode ser “o ponta de lança da nova aliança na Europa”, para o que conta bastante a instalação no País de três fábricas que contribuem para a montagem de aviões comercias da Embraer no Brasil e a concepção de partes do avião tático militar KC-390 por engenheiros portugueses (programa que será também participado em 49% pela Boeing), assim como a venda de aparelhos deste modelo à Força Aérea Portuguesa.

Com a anunciada fusão Embraer-Boeing, já autorizada, a construtora norte-americana passa a controlar 80% do negócio civil da construtora brasileira e a ter um papel importante na comercialização dos modelos que são montados e despachados para os clientes nas instalações de São José dos Campos, no interior do Estado de São Paulo.

Por tais motivos a Boeing irá controlar a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S. A., empresa que fornece serviços de manutenção de aviões e que fabrica estruturas e componentes para aeronaves de diversas fábricas e países. O seu capital é detido em 65% pelo consórcio ‘Airholding SGPS’, constituído pela Embraer, sendo os restantes 35% detidos pelo Empordef, uma empresa pública portuguesa da área da Defesa.

A OGMA está baseada junto de uma estrutura da Força Aérea Portuguesa, no Parque Aeronáutico de Alverca do Ribatejo, numa zona ribeirinha do Rio Tejo, e está certificada para diversos serviços MRO, incluindo os Airbus A320 e os EMB 190/195, jatos regionais de primeira geração da Embraer. Entre os seus clientes incluem-se a TAP Air Portugal e a Portugália Airlines, esta uma empresa do grupo TAP que opera os jatos regionais da Embraer, que viajam sob a designação comercial TAP Express.

Não deixa de ser curioso que uma empresa controlada pela Boeing venha a fazer serviços para a Airbus. Tudo leva a crer. Contudo, o tempo dirá se alguma coisa irá mudar na OGMA. O cenário apresenta-se favorável à Boeing e esta janela na Europa, com assento privilegiado em Portugal, poderá resultar em vendas mais eficazes e assistência mais próximas aos seus parceiros europeus, mesmo que estejam montadas em diversas cidades europeias algumas bases de manutenção aérea, com pessoal devidamente formado pela construtora norte-americana. Outro aproveitamento por parte da Boeing poderá ser uma presença mais próxima, até dos equipamentos militares fornecidos ou em vias de serem vendidos aos Países da NATO que, normalmente, ao nível das suas forças aéreas, trocam bastante informação e conhecimento.

 

  • LINK para ler a matéria completa no ‘El Confidencial’, em língua espanhola, que deu origem a este resumo.

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