O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) anunciou nesta quinta-feira, dia 7 de abril, que retirou o pré-aviso de greve durante a Páscoa, depois de a empresa portuguesa de handling Portway, que atua nos aeroportos nacionais e da Região Autónoma da Madeira, ter aceite efetuar a “quantificação dos valores e respetivo levantamento das progressões de carreira”.
Em comunicado, a estrutura sindical indicou que acordou “em retirar o pré-aviso de greve para os dias 15, 16 e 17 de abril após a empresa ter aceitado efetuar uma rigorosa quantificação dos valores e respetivo levantamento das progressões de carreira em falta numa calendarização que se inicia a 29 de abril e tem como data-limite da sua aplicação a 29 de julho”.
O SINTAC “desconvocou a greve do fim de semana da Páscoa (dias 15, 16 e 17 de abril)”, já tinha avançado a Portway num comunicado distribuído em Lisboa durante a manhã desta quinta-feira, acrescentando tratar-se de “um passo importante para um diálogo social construtivo, no sentido de convergir em soluções que permitam a recuperação e a estabilidade da empresa e a contínua melhoria das condições de trabalho”.
Na semana passada, o SINTAC anunciou que tinha emitido um pré-aviso de greve ao trabalho na empresa de handling Portway, nos dias 15, 16 e 17 de abril.
Em comunicado então divulgado, o SINTAC informou que “colocou um pré-aviso de greve total ao trabalho nos dias 15, 16 e 17 de abril 2022 na empresa Portway Handling de Portugal [de assistência em terra] em todos os aeroportos nacionais onde a mesma opera”.
Segundo o sindicato, a paralisação tinha três motivos, argumentando, para começar, que a “empresa não cumpre com o pagamento de feriados, conforme estipulado em Acordo de Empresa”.
Além disso, de acordo com o SINTAC, a Portway “não cumpre com a devida evolução das carreiras conforme estipulado no Acordo de Empresa 2016″.
Por fim, disse a estrutura sindical, a empresa efetivou um sistema de avaliação, em que 90% dos trabalhadores obtiveram nota negativa e sem qualquer possibilidade de recurso, impossibilitando assim a progressão da carreira desses mesmos trabalhadores”.
Dias depois, a Portway garantiu serem “falsos” os argumentos na base da greve convocada pelo SINTAC, acusando-o de “dificultar ainda mais a sobrevivência da empresa”.
“Os argumentos do SINTAC são falsos, nomeadamente quando diz que a empresa não cumpre com os pagamentos de feriados, com a evolução das carreiras ou que 90% dos trabalhadores teve nota negativa nas avaliações”, sustentou, em comunicado, a empresa.
Segundo a Portway, o anúncio da greve surgiu depois de o sindicato “ter sucessivamente recusado compromissos que permitem melhorar as condições remuneratórias dos trabalhadores, dentro das possibilidades da empresa”.