Prejuízo da GOL no 3º trimestre eleva-se a 85,7% da receita

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A GOL Linhas Aéreas Inteligentes, segunda maior companhia aérea brasileira, teve um prejuízo líquido de 2.133,6 milhões de reais (529 milhões de euros ao câmbio desta quinta-feira, dia 12 de novembro), representando uma perda de 85,7 reais por cada cem faturados, que a Administração atribui à “actual conjuntura económica” do Brasil, “com avanço da inflação, restrição ao crédito, e sobretudo a forte desvalorização do real”.

“Apesar de mantermos um lucro operacional positivo (EBIT) no trimestre, registamos um prejuízo contabilístico de R$ 2.133,6 milhões, em função da desvalorização do real e consequente variação cambial dos passivos em dólar”, sublinha o CEO da companhia, Paulo Sérgio Kakinoff, na mensagem ao mercado que acompanha o balanço do terceiro trimestre.

O balanço mostra que do lado da receita, influenciada pela conjuntura, apesar de a GOL ter um crescimento do tráfego (em RPK = passageiros x quilómetros voados) no 3º trimestre em 2,4%, mas um decréscimo do número de passageiros em 2% ou 202,7 mil, para 9.775,1 milhões, a receita líquida de transporte de passageiros baixou 0,3%, para 2.183 milhões de reais (541,3 milhões de euros) e que o aumento da receita líquida total em 1,1% foi proporcionado pelo transporte de carga e receitas complementares, cuja receita subiu 12,6%, para 306,7 milhões de reais (76 milhões de euros).

Esta evolução da receita foi determinada pela queda do yield (preço médio por quilómetro voado) em 2,6%, a qual foi atenuada no entanto pela melhoria da taxa média de ocupação dos voos em 1,1 pontos, para 78,6%, levando a que a receita unitária de passageiros tivesse uma queda de apenas 1,3%, ou seja, metade do que foi a quebra do yield.

A questão, porém, é que do lado dos custos, como destaca Paulo Sérgio Kakinoff, a GOL sofreu do fato de 50% das suas despesas operacionais e 86,8% dos seus passivos financeiros estarem em dólares que, no 3º trimestre, teve uma cotação média 55,5% superior à do período homólogo de 2014 e com uma variação de 37,3% entre a máxima e a mínima do período.

Dessa forma, apesar de beneficiar de uma descida da fatura de combustível de avião em 11,7%, os custos operacionais subiram em média 7,4%, para 2.480,1 milhões de reais (615 milhões de euros), levando a uma subida em 6,4% do custo unitário (por ASK, lugar x quilómetro voado), com um aumento em 19,2% do custo unitário excluindo combustível.

O balanço da companhia mostra que, assim, apesar de em quebra, a operação ainda se manteve rentável, rendendo 20,21 centavos do real por ASK face a um custo de 20,13, mas insuficiente para fazer face a um aumento em 201,5% das outras receitas/despesas, onde avultam juros sobre empréstimos e financiamentos e variações cambiais e monetárias, que geraram uma perda de 1.702,6 milhões de reais (422,2 milhões de euros).

 

  • Matéria publicada pela agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR‘, parceiro editorial do ‘Newsavia’ em Portugal

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