David Neeleman, fundador e presidente da companhia AZUL Linhas Aéreas Brasileiras vai entregar esta sexta-feira, dia 15 de Maio, uma proposta para a compra de até 61% da TAP, anunciou esta manhã o ‘Jornal de Negócios’, em Lisboa.
David Neeleman, que reuniu esta quinta-feira com o Governo Português, já tomou a decisão, desconhecendo-se ainda quais os parceiros que integram o agrupamento liderado pelo empresário, revela a publicação portuguesa.
O prazo para a entrega de propostas à compra da TAP termina às 17 horas desta sexta-feira. A expectativa do Governo é que o processo tenha um ambiente competitivo, ou seja, que haja mais do que um concorrente, ao contrário do de que aconteceu em 2012, quando Germán Efromovich, empresário que controla o grupo Sinergy, dono da Avianca na América Latina, foi o único a apresentar uma proposta.
Há ainda três empresas de capital de risco e dois empresários portugueses que se têm movimentado nas últimas semanas e que estão ainda na lista dos possíveis candidatos à privatização de 61% do capital da companhia aérea de bandeira portuguesa.
O ‘Jornal de Negócios’ recorda que pelo caminho ficaram já grupos como a espanhola Air Europa, do grupo Globalia, e a Latam Airlines, que assumiram publicamente a sua falta de interesse na TAP. Ainda em Abril, o presidente da Globalia, Juan José Hidalgo, disse que o grupo “desistiu” da ideia de adquirir a TAP, devido à elevada dívida da transportadora portuguesa e à impossibilidade de geri-la com “critérios privados”.
Também o presidente da Latam Airlines, o maior grupo de transporte aéreo da América Latina, Maurício Amaro, assumiu na mesma altura que perante as condições de mercado e a situação “desesperada” na tesouraria da TAP não participaria na privatização. A brasileira Gol terá igualmente perdido o interesse na aquisição.
O Governo decidiu que o processo de reprivatização da TAP seria efectuado através de uma venda directa de referência de até 61% das acções e uma oferta aos trabalhadores até 5%. As acções a alienar no processo de privatização ficam sujeitas a um período de indisponibilidade de cinco anos.
O primeiro critério da selecção do comprador da companhia aérea é a contribuição para o reforço da capacidade económico-financeira da TAP e da sua estrutura de capital. Serão ainda considerados o valor apresentado para a aquisição e a garantia de execução de um projecto estratégico.
Neeleman distribuirá 10% dos lucros anuais da TAP pelos trabalhadores
Como é política em todas as companhias aéreas que fundou, David Neeleman quer distribuir 10% dos lucros anuais da TAP aos colaboradores. Sindicatos da companhia contactados pelo ‘Jornal de Negócios’ dizem que a medida só pode ser bem recebida.
A imprensa portuguesa tem referido também que um dos grandes interesses do empresário que fundou e controla a companhia brasileira Azul no Grupo TAP, ´resulta do fato da TAP oferecer 12 portas de saída (ou entrada) para a Europa e das instalações da TAM M&E (ex-VEM), que, embora seja uma empresa deficitária actualmente, poderão ser muito úteis (oficinas de engenharia e manutenção aérea no Rio de Janeiro e em Porto Alegre) para a Azul que experimenta agora uma fase de grande crescimento, que tem sido garantido sem perda de prestígio, nem queda do nível de serviço oferecido aos seus clientes. É esta perspectiva de garantia de qualidade e crescimento sustentado que leva Neeleman a apresentar a sua candidatura hoje em Lisboa, o que o poderá ter reflexos muito positivos no posicionamento da sua companhia a nível global, dada a rede da TAP. No caso de ser aceite e de, também, ser uma proposta vencedora…