A companhia portuguesa TAP contratou uma auditora externa para avaliar os problemas técnicos que afetaram os aviões do grupo durante os meses do Verão, anunciou hoje, quarta-feira, dia 1 de Outubro, o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea.
Fernando Pinto falava numa audição da comissão especializada de Economia e Obras Públicas, onde anunciou a contratação de uma auditoria aos incidentes, que foram uma das principais causas do cancelamento de voos, e que obrigaram à contratação de diversos voos a outras companhias, e nomeadamente à permanência de aviões de empresas estrangeiras no hub de Lisboa.
“A TAP não sofreu um ponto de perda na reputação técnica” com os incidentes deste verão, considera o presidente da companhia, que explicou que os cancelamentos e atrasos de voos por motivos técnicos “não têm nada a ver com a manutenção da TAP”, atribuindo antes a uma postura “mais conservadora”.
“Acho que somos mais conservadores do que as outras empresas e acho isso bom”, declarou, adiantando que a TAP tem, “por princípio, dar plena liberdade ao comandante em aspetos de segurança”.
O presidente da TAP disse aos deputados que vários representantes de outras companhias lhe manifestaram estranheza face ao “ataque de que a companhia foi alvo” e, neste aspeto, apontou o dedo ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), escreve a agência noticiosa portuguesa Lusa, num despacho distribuído na manhã de hoje.
“O sindicato utilizou este período em que não só marcou um dia de greve como também foi à frente a colocar vários pontos negativos e isso chamou a atenção dos órgãos de comunicação social”, declarou.
Na sua intervenção inicial, Fernando Pinto admitiu um número de cancelamentos de voo “fora do normal”, explicando que 227 dos cancelamentos em Julho e Agosto foram por falta de tripulação e 120 por razões técnicas. “56% dos problemas de cancelamentos por razões técnicas foram na frota PGA, que é muito mais pequena do que a frota da TAP”, declarou o presidente da companhia aérea nacional, que está a ser ouvido na comissão de Economia e Obras Públicas para explicar as perturbações que afetaram a operação de Verão.
Fernando Pinto explicou que no verão “houve um aumento de eventos técnicos, sobretudo na frota A330”, a que se juntou o atraso na entrega de seis novos aviões, na formação de pilotos e a greve de zelo dos pilotos.