A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener afirmou em entrevista ao jornal ‘Público’, que o Porto “nunca será” um segundo hub para a companhia aérea, acrescentando que não quer “correr riscos no principal ativo”, o aeroporto de Lisboa.
“Temos vários destinos a partir do Porto e estamos a explorar várias oportunidades, mas o Porto nunca será um segundo hub”, defendeu Ourmières-Widener, na entrevista ao jornal português, que foi publicada nesta sexta-feira, dia 24 de dezembro.
Embora ressalve que entende que o Porto queira ter rotas diretas, a presidente executiva da TAP lembrou que a transportadora portuguesa já voa, diretamente, daquele distrito para São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque, apesar de “ninguém falar disso”.
Segundo esta responsável, se a empresa aplicasse a estratégia de hub and spoke (plataforma de distribuição entre aeroportos) estas rotas a partir do Porto não estariam disponíveis.
“Estamos restringidos no crescimento devido ao plano de reestruturação, pelo que temos de ter cuidado para não diluir ou correr riscos naquele que é o nosso principal ativo (aeroporto de Lisboa) e estratégia central da empresa para aumentar a operação numa outra localização”, acrescentou.
Christine Ourmières-Widener garantiu que a empresa vai estudar as oportunidades de voar a partir do Porto, com rotas de longo ou médio curso “que façam sentido”, sublinhando que as regras ligadas às ajudas do Estado são “muito restritivas”, pelo que é necessário “ter muito cuidado” com as rotas escolhidas.
“Temos que mostrar que o plano de negócios está suficientemente bem estruturado, e explicar porque é que achamos que uma determinada rota pode ser rentável. Numa ajuda de Estado, a Comissão Europeia quer certificar-se de que esse apoio não distorce o mercado, a concorrência”, apontou, vincando que a TAP está a “dar o seu melhor” com a estrutura e a frota de que dispõe.
Na terça-feira, dia 21 de dezembro, a Comissão Europeia informou que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa, a partir do Inverno IATA 2022-23.